Os últimos dez dias colocaram à prova minha paciência. Uma gripe interminável minou minha energia e levou com ela todo meu habitual bom humor. Depois de barulho de furadeira, ficar doente é o que mais me tira do eixo. Escrevo para tentar racionalizar essa indigesta sensação de não estar no controle.
Não diria que sou um sujeito centralizador, mas gosto de manter sob minha ordem e gestão as demandas pessoais. Profissionalmente falando sou um pouco mais evoluído. Tenho aprendido a delegar e pedir ajuda. Mas, definitivamente, não sei ficar doente. Não gosto de precisar de médico. Não gosto de pedir ajuda. Não gosto de tomar remédio. Não tenho calma para esperar ficar bom. (Antes do julgamento, tenho consciência de que estou errado).
Tive uma noite ruim. Sono espaçado. Sonhos agitados. Apesar do tempo ameno, acordei com calor. Hoje estou sem qualquer paciência. A lentidão das pessoas me incomoda. Os assuntos mesquinhos me incomodam. Minha rabugice me incomoda. Logo mais à noite, mesmo sem vitalidade, vou correr alguns quilômetros para desintoxicar (não fazer atividades também me rouba a sanidade).
Calma, calma estimado leitor! Não precisa ficar assustado. É apenas um desabafo. Quem nunca? Escrever é uma maneira de tentar soltar. E, sobretudo, de perceber que este não é um problema tão grave assim.
Todo mundo tem desafios para encarar. Desafios silenciosos. Outros mais barulhentos. Cada um, à sua maneira, vai encontrando alternativas para superar, vencer, levantar. E a vida é feita também de segundas-feiras.
Vamos lá, vencer esta.
Boa semana!