Um talento armazenado em Currais Novos, no coração do Seridó norte rio-grandese vem conquistando internautas. Gabriel Fernandes, 23 anos, é estudante de contabilidade, mas é a sua forma de construir quadros a partir de colagens com recortes milimétricos, que possibilita à arte ganhar novas interpretações.
O jovem artista guardava no quarto um talento que não imaginaria alcançar os Estados Unidos. “Eu fazia as artes para o meu quarto, decorava a parede, mas não imaginava que um casal norte-americano iria comprar um quadro, ainda mais sobre a brasilidade. Foi uma surpresa, realmente não esperava uma obra minha ir para tão longe. É muito louco pensar nessas possibilidades”, contou Gabriel Fernandes ao TCM Notícia.
Na trajetória de um artista algumas vezes tem aquela pessoa que acredita no seu potencial. No caso do curraisnovense, foi a própria mãe, Francisca Lopes, dona de casa. “Ela sempre acreditou na minha arte desde criança, inclusive, abriu mão da própria cozinha para fazer atelier. A cozinha havia sido reformada a pouco tempo, que já era uma grande conquista”, ressaltou.
“Eu me sinto muito honrado de ter uma mãe assim, que me incentiva bastante. Todos os dias ela me dá apoio moral, emocional, acompanha tudo que eu faço. Ela faz com que toda essa jornada seja muito mais livre. Infelizmente, eu sinto que muitos artistas não têm esse apoio”.
Quem vê a rede social de Gabriel Fernandes com 162 mil seguidores e mais de 400 postagens, imagina que sempre foi assim. “Minha primeira colagem surgiu em 2016, ao todo são cinco anos que faço esse tipo de trabalho”.
“Neste ano eu decidi retratar minha realidade no nordeste, um trabalho de resgate do meu cotidiano. Eu vejo as cenas da minha vida e vou colocando na arte, seja sobre botânica, sentimento, paisagens… Eu posso falar de amor, de sentimento, mostrando o olhar do nordestino sobre essas cenas”.
Ele ainda conta que o trabalho funciona em três etapas, primeiramente, é a curadoria, “eu reúno imagens e figuras de vários lugares, revistas, tudo o que pretendo utilizar. A partir dessa seleção eu faço a montagem [segunda etapa], e por fim, faço os recortes e desenvolvo a narrativa, penso qual história quero contar”.
“A minha arte é motivada pela fotografia que eu vejo todos os dias. Quando eu vejo as imagens aquilo ali passa um sentimento pra fim, e eu vejo que ele faz sentido com a arte imaginada em minha cabeça”, finaliza.
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