A quadrilha mossoroense Lume da Fogueira está promovendo uma vakinha online com o intuito de arrecadar dinheiro para conseguir representar o Rio Grande do Norte em um dos maiores festivais de quadrilhas juninas do Nordeste. Com 25 anos de história, o grupo está fazendo em 2023 a sua turnê de despedida.
Na semana passada a Lume foi a campeã da competição estadual do concurso da InterTv. Com a vitória, a quadrilha se classificou para participar do festival da Globo Nordeste, um dos maiores campeonatos do Brasil, representando o RN entre demais estados nordestinos. A ida para a competição que acontece no próximo domingo (18) em Recife/PE custa caro, e a quadrilha pede ajuda da população.
“Nós temos 150 pessoas envolvidas no projeto, são três ônibus, por isso que está um orçamento muito alto. Cada ônibus foi orçado em média de R$10 mil, R$12 mil cada. Além do caminhão baú, alimentação e hospedagem. A gente só tem uma semana pra juntar tudo isso, e a vaquinha foi uma das opções pra que a gente tentasse conseguir esse valor pra gente estar indo pra Recife”, explica Abrrão Morais, diretor e coreógrafo da quadrilha.
Além da ajuda das pessoas pela internet, o grupo tem buscado patrocínios de empresas, além do poder público. A vakinha online que tem meta de arrecadar R$ 30 mil, até agora só juntou pouco mais de R$ 1.400. “Nós estamos de mãos atadas, mas ao mesmo tempo esperançosos de que vamos conseguir”, afirma Abrãao.
A apresentação em Recife é uma entre as 18 programadas pela Lume para esse São João. A expectativa é que o grupo viaje pela maior parte do RN e em estados vizinhos. Neste ano, a quadrilha mossoroense apostou em um tema que leva a essência morrosoense: o protagonismo feminino.
“A gente está com o tema “A moeda”, mostrando os dois lados dela, a cara e a coroa. Em resumo, estamos falando das conquistas feministas, o espaço que as mulheres têm que lutar para conquistar e vêm conquistando até hoje”, diz o diretor.
A TURNÊ DE DESPEDIDA
Apesar das dificuldades, o grupo segue empenhado em sua turnê 2023, isso porque, está será a última enquanto quadrilha junina. A decisão de não prosseguir nos próximos anos teve como principal motivação o problema que todos os grupos juninos encontram: falta de custeio.
“É a falta de “moeda”, de dinheiro, que faz com que os grupos de acabem. Quando se tem uma ajuda, é bem mais fácil, talvez se a gente tivesse incentivo estaríamos aqui só comemorando. Nós éramos uma cidade que tinha em média 150 quadrilhas, e hoje se resumem a 15. São muitas quadrilhas que se acabaram, e o motivo é sempre o mesmo: o financeiro”.
Apesar do amor pelas quadrilhas juninas e pelo São João, a expectativas do coreógrafo para o futuro não são tão positivas. De acordo com ele, a Lume da Fogueira segue existindo, como grupo de dança e teatro, mas como quadrilha junina, não há perspectiva de retorno mais a frente. Uma realidade que entristece, quem dança, quem assiste, e principalmente, quem admira a cultura nordestina.
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