“No pares nunca de sõnar” é um trecho de uma das músicas da banda mexicana RBD que fala sobre nunca desistir dos sonhos. Foi nisso que os potiguares Nathanael Almeida, Madelyne Paulo e Angélica Gurgel confiaram para conseguir realizar um desejo de infância: ir a um show do Rebelde.
Sucesso dos anos 2000, o grupo musical RBD surgiu em 2004 dentro da telenovela mexicana Rebelde, produzida pela Televisa. Transmitida entre 2005 e 2006 na televisão brasileira, a novela se tornou uma febre e marcou uma geração de brasileiros. A banda se separou em 2008, até que em janeiro deste ano anunciaram uma turnê de reencontro com cinco dos seis integrantes.
A especulação de uma nova turnê do RBD começou em 2020, quando Anahí, Christian Chávez, Christopher Uckermann e Maite Perroni realizaram uma live. Nathan, de 24 anos, acompanhou a transmissão e desde então ansiava pela tour que foi confirmada em janeiro deste ano.
“Sou fã da banda desde a época da novela! Cresci ouvindo as músicas e imaginando como seria assistir presencialmente, até que em 2020 consegui assistir a live em meio à pandemia, já pensando em ter uma turnê. Quando surgiu a oportunidade, fiquei ansioso e esperando esse momento!”, conta o mossoroense ao TCM Notícia.
Com Madelyne Paulo, 28 anos, não foi diferente. Como a maioria dos fãs, se apaixonou pela banda por volta dos dez anos e quando soube dos novos shows, determinou que realizaria o sonho de infância de vê-los presencialmente. “No instante que a notícia da turnê foi divulgada, o primeiro sentimento foi de imensa surpresa e felicidade, imediatamente acompanhada do pensamento ‘eu preciso dar uma jeito de ir, não vou ter outra chance’. A adulta que hoje sou aproveitaria a oportunidade que a adolescente de 13 anos não teve”.
Angélica Gurgel, 29 anos, se reunia com as primas para assistir a novela, e colecionava os DVDs da banda. Para ela, foi amor a primeira vista pelo grupo. “Eu e minhas primas sempre nos reunimos pra escutar as músicas e cantar assistindo o DVD da novela. Minha prima tem a novela inteira em DVD, então a gente sempre se reunia pra assistir e cantar as músicas. Quando soube da live que eles iam fazer em plena pandemia eu comprei e assisti em casa com uma estrelinha da testa”, lembra.
No início, o RBD anunciou apenas quatro apresentações no Brasil, mas com a grande procura, outros quatro shows extras foram adicionados a Soy Rebelde Tour. A saga dos fãs envolveu desde a compra no ingresso, até a viagem para o Rio de Janeiro, um dos dois locais de apresentação.
“Dia 3 de fevereiro abriram as vendas dos ingressos. Que sufoco! Quase não conseguia comprar – na verdade não consegui. Já fiquei triste por isso. Até que uma amiga me ligou dizendo que conseguiu comprar meus ingressos e deu tudo certo! De lá pra cá, todos os dias eu contava os minutos”, relembra Nathanael Almeida.
Angélica também enfrentou uma saga para conseguir o tão sonhado ingresso. “Preparei dois computadores e dois celulares no dia que ia liberar as vendas dos ingressos. Eu estava tão nervosa que eu consegui comprar quatro ingressos: dois no Rio de Janeiro e dois em São Paulo. Só depois que tive a garantia de ir pro show, comecei a organizar tudo, passagem, hotel, roupa”.
Madelyne compartilhou a ansiedade com duas primas que assistiam com ela a novela. “Eu fui acompanhada de duas primas que dividem essa paixão comigo desde 2006. Os meses que antecederam o show pareciam gigantes, mas no momento em que novembro chegou a ansiedade tomou de conta e eu poderia dizer que tudo girou em torno desse momento em minha vida”.
Com roupas personalizadas e, é claro, gravatas vermelhas, os fãs embarcaram do RN ao Rio de Janeiro para aproveitarem o primeiro show no Brasil, em 9 de novembro.
“O dia 9 de novembro tá marcado na minha vida inteira. Já tinha me programado para pegar um transfer para me auxiliar na ida e na vinda. Os portões abriam às 16h; o show começava às 20:30h. Saímos de casa às 13h e chegamos às 15h. Tinha muito trânsito! Ficamos na fila esperando durante tempos, um calor gigante, mas confesso que valeu a pena!”, diz Nathan.
Angélica também chegou cedo no dia do show: cinco horas antes para conseguir ficar o mais perto do palco possível. “Quando começou o show a ficha não tinha caído, não importava mais nada, eu só estava vivendo aquele momento. Quando tocou minha música, No Pares, cai em prantos e percebi que aquilo era real. Foi arrepios do começo ao fim!”, fala a fã.
Para Madelyne, a realização foi em dose dupla. Além do show do dia 10, a fã ganhou um ingresso e acabou indo para a estreia da turnê também no dia 9.
“Eu não conseguia acreditar que estava prestes a realizar o sonho da adolescente. O sonhado “Hola Rio” me levou à loucura e eu aproveite cada minuto do show. Valeu cada segundo, cada hora de voo. Ao fim do segundo dia de show, o meu único sentimento era de gratidão por essa oportunidade que não acreditava mais que poderia chegar até mim”.
Os potiguares, assim como milhares de fãs, se emocionaram vendo a banda. Durante uma das passagens do RBD no Brasil, Nathan, ainda pequeno, chorou por não conseguir ver os ídolos. Hoje, realiza o sonho de criança.
“Em uma das passagens deles ao Brasil, inclusive ao Nordeste, em Fortaleza, meu irmão trabalhou em um show na parte de estrutura e, sim, chorei muito porque ele não podia me levar. Essa foi a maior experiência da (minha) vida. Eu realizei meu sonho de criança”.