Muito sol, pouca chuva e temperaturas elevadas. Foi nesse clima semiárido, típico da região de Apodi, que o empresário Márcio Valdivino resolveu investir e fazer a primeira plantação de uvas do município. Há exatamente 4 anos, as primeiras mudas foram plantadas e de lá até os dias atuais, a experiência mostrou que é possível lucrar com a cultura na região, mas o custo com o aprendizado no manejo adequado exige tempo e paciência.
Foi justamente no manejo que Márcio encontrou os maiores gargalos da produção. “É uma cultura muito difícil e é tudo novo na região. Você tem que aprender muita coisa e muitas vezes aprender, como diz o matuto, na tora, apanhando mesmo. Por incrível que pareça, com esses quatro anos, nós ainda estamos aprendendo e o povo diz muito lá em Petrolina que é algo que a gente não para de aprender não”, relata o empresário.
Petrolina, no sertão pernambucano, tem sido uma inspiração para Márcio. A cidade é considerada uma das maiores exportadoras do fruto no Brasil. Em Apodi, a área plantada ainda é modesta e, claro, não pode ser comparada as da cidade Pernambucana. Hoje, o empresário tem dois hectares plantados. Com essa área, a expectativa de produção é de em média 20 toneladas por safra. Com as condições de clima e solo da região, a produção chega a duas safras e meia por ano.
O resultado anima, porém o empresário garante que esses quatros anos não foram suficientes para obter lucro. A principal razão é dificuldade de ter sido o primeiro a investir. Recentemente, Márcio mudou parte da plantação substituindo um tipo de uva menos aceita no mercado local por outra de maior aceitação. A mudança ocorreu justamente quando se esperava maior lucratividade. A primeira colheita após essa mudança ocorreu em março deste ano e com ela também a expectativa do resultado positivo.
Quando resolveu investir no plantio em solo Apodiense, o empresário acreditava que a cidade teria condições de se tornar uma grande produtora de uvas na região. Passados os 4 anos, e com a experiência adquirida, ele não muda de opinião, mas diz que é preciso ter paciência. “Apodi tem um potencial bom, o clima dá, só que é uma cultura cara e difícil. A pessoal para entrar tem que estar bem pé no chão,” disse Márcio.
O plantio do empresário emprega atualmente 5 funcionários fixos e, pelo menos, 6 que trabalham por período, mas que devem se tornar permanentes em breve. A iniciativa já inspira outros produtores e já existe até um segundo plantio no munícipio.
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