Beneficiários do programa Auxílio Brasil já podem contratar empréstimos consignados, dando como garantia o que receberão por meio do programa. A contratação do crédito está prevista na Portaria nº 816 publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (27) pelo Ministério da Cidadania.
Após a sanção da lei que libera o crédito, o economista e professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília César Bergo alertou, em conversa com a Agência Brasil, para alguns riscos que a contratação de empréstimos consignados pode representar para o público de renda mais baixa.
Segundo o professor, as pessoas precisam, antes de tudo, ficar atentas ao assédio das instituições financeiras para não cair em golpes. Nesse sentido, acrescentou, é importante que os beneficiários tenham noções sobre educação financeira, de forma a “agir de maneira racional e não emocional” na hora de contrair esse tipo de empréstimo.
“Muitas vezes, elas não têm noção do que é juros, do que é empréstimo. De repente ela assume uma dívida, e o que ela recebe para poder se manter, que já é pouco, fica ainda menor. Porque o objetivo maior dessa ajuda é [beneficiar as] pessoas que, muitas vezes, estão totalmente fora do mercado de trabalho e não têm outra renda”, argumentou.
Conforme prevê a Lei 14.431, de 3 de agosto, o valor do consignado está limitado a 40% do repasse permanente de R$ 400 do Auxílio Brasil.
“Dessa forma, o beneficiário poderá descontar até R$ 160 mensais, em um prazo máximo de 24 meses”, informa, em nota, o ministério.
Ainda de acordo como ministério, o objetivo do empréstimo “é permitir que famílias do Auxílio Brasil, hoje sem acesso a crédito – muitas delas endividadas e pagando juros altos –, possam reorganizar-se financeiramente. o Limite máximo de juros cobrado será de 3,5% ao mês.