No mundo do futebol, o sucesso e o dinheiro caminham em lados opostos à realidade vivenciada pela maioria dos atletas. As dificuldades financeiras enfrentadas pelos clubes respingam nos atletas, que sofrem com a precarização do esporte.
No futebol do Rio Grande do Norte, assim como em outros estados, os exemplos são muitos. Último colocado da Segunda Divisão do Campeonato Estadual, o Parnamirim virou assunto nos últimos dias em uma entrevista polêmica do lateral Edson Clementino, após a goleada sofrida por 6 a 0, diante do QFC.
Com 30 gols sofridos e nenhum gol marcado em seis rodadas, o time metropolitano se transformou no “saco de pancadas” da competição. Diante desse cenário, o jogador expôs a realidade interna da instituição.
“A gente vive uma situação muito difícil. Nós não treinamos e nos juntamos para jogar. Faz três meses que a gente está de salário atrasado. O valor que a gente tem aqui para receber, eu acho que é o mínimo possível de todas as equipes. Pode analisar as folhas salariais de todos os times, a nossa é a menor. E, além de tudo, de ser a menor, a gente nem recebe. Como é que a gente vai ganhar desse jeito?”, protestou, em entrevista à Marcos Lopes TV.
Para o jogador, os placares elásticos são o estopim de uma soma de problemas.
“Vocês que estão de foram talvez não entendam porque o Parnamirim está tomando de seis, de sete. Venham acompanhar o nosso dia a dia, algo que não existe. Eu, por exemplo, sou de Currais Novos. Mais de 200 km para vir para cá, no dia do jogo. Isso existe? Me digam, em time profissional, existe isso?”, questionou.
Segundo Edson, o ‘sacrifício’ no Parnamirim se justifica como uma alternativa de poder mostrar algo para o mercado do futebol, diante da falta de oportunidades.
“A gente é pai de família, batalhador. A gente vem aqui para ver se se pinta algo melhor para nós. Por isso que a gente se sacrifica tanto”, concluiu.