Nascida na Redinha, em Natal/RN, Suzana Ferreira da Silva foi a primeira potiguar a vestir a camisa verde e amarela e representar o Rio Grande do Norte em uma Copa do Mundo Feminina. Mais de 20 anos depois, a ex-jogadora relembra os tempos de gramado.
Hoje com 49 anos, Suzana conta que começou a jogar futebol aos 10 anos com o incentivo dos irmãos. Apesar de ter começado como um hobby, o futebol sempre foi o sonho da vida dela. O início foi difícil, e a jogadora sentiu o preconceito de ser uma mulher de chuteiras. “No começo não tinha o apoio dos meus pais. Eram muitos preconceitos. Meu pai não aceitava, chamava de maria homem. Mas depois que eu fui para o Santa Cruz de Recife, eles começaram a me apoiar”, conta ao TCM Notícia.
Suzana começou a carreira profissional no União da Cidade da Esperança de Natal, passou pelo Santa Cruz de Recife, SAAD de Campinas, até chegar no São Paulo Futebol Clube. Foi em 1998 que a potiguar conquistou um feito que na época era inédito do RN: passou a compor o time da Seleção Brasileira Feminina.
“Em 1998 fui convocada para a Copa do Mundo. Fui para os Estados Unidos e nós trouxemos o terceiro lugar para casa”, fala Suzana Ferreira.
Na Seleção, a potiguar atuava em duas funções, como lateral esquerda e como volante, e na Copa do Mundo de 1999 chegou a dividir o campo com jogadoras com Formiga e Sissi. Na época, o time conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo. Uma experiência que segundo Suzana, não será esquecida.
“Era tudo um sonho, só alegria, tudo organizado pela CBF. Uma história marcante foi a nossa luta pela medalha de ouro na Copa de 99. Não conseguimos, mas trouxemos a medalha de bronze. Foi uma alegria, uma emoção. Uma história que não esqueço nunca. Fui muito feliz em representar nosso Brasil”.
A história dela com a amarelinha não parou em 99. Suzana seguiu na Seleção até 2005, e participou também de outras competições como a Copa América e as Olimpíadas. A carreira como jogadora no Sport Recife, onde ainda chegou a atuar por cinco anos. Atualmente ela trabalha como Assistente de Serviços Gerais para o Tribunal Regional Eleitoral do RN, mas não deixa o esporte. Continua atuando como árbitra em jogos de Futsal e Futebol 7.
Além disso, Suzana segue como torcedora da Seleção Feminina, e comemora as mudanças e a visibilidade que futebol feminino ganhou durante os últimos anos. Se diz orgulhosa de ver Antônia Silva também representar o RN mundo a fora.
A eliminação do Brasil da Copa deste ano adiou o sonho que a ex-jogadora carrega desde 1999 de ver o time ser campeão. “Elas estavam com todo apoio que nós não tínhamos no ano de 1999, mas precisavam de mais vontade, mais garra, mais pés no chão”, analisa.
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