Para exercer a função de policial militar no dia a dia, o sargento Paulo Filho, 42 anos, sempre se prepara para qualquer tipo de ocorrência que venha acontecer. Ele só não esperava que a habilidade de tocar violão que adquiriu ainda quando mais novo, fosse um dia se fazer necessária no seu trabalho.
No dia 10 de abril o sargento que atua em Rodolfo Fernandes, no Oeste Potiguar, e seus colegas, receberam um chamado em uma residência da cidade. A ocorrência se tratava de uma mãe que pedia ajuda para encontrar o filho que havia fugido de casa durante um surto psicótico. O policial conta que assim que foram acionados, eles começaram as buscas. “Quando a gente conseguiu localizá-lo, ele já estava em casa. A gente foi lá e conversamos um pouco, vimos que ele estava agitado, mas não violento”, disse Paulo Filho ao TCM Notícia.
De acordo com o sargento, o homem de 44 anos precisava tomar uma medicação para se acalmar. Paulo e os outros policiais conseguiram convencê-lo a deixar a mãe aplicar a injeção com o remédio, e assim resolver a situação. Enquanto esperavam a medicação fazer efeito, os agentes continuaram conversando com o homem, e foi ai que o violão passou a fazer parte dessa história.
“A gente olhou pra dentro do quarto dele e vimos que tinha lá uma bateria e um violão. Ele falou que era muito leitor da bíblia, que ajudava no coral da igreja. Eu disse a ele que sabia tocar também, ai ele falou: “Pois toque uma aí pra mim””, conta o sargento.
Os dois começaram então a cantar e tocar juntos. Logo após a descontração, o homem se acalmou. Com a missão cumprida, os policias puderam deixar a residência e voltar ao trabalho. Por mais inusitado que fosse, Paulo Filho não pensou em negar o pedido. Para ele ,o tratamento com próximo e a resolução do problema são sempre a prioridade.
“O serviço de policial militar ostensivo como ele é, a gente tem que estar preparado pra tudo. Pra tentar resolver os problemas que aparecem da melhor forma possível. Então na hora lá a gente pode ser professor, pode ser um psicólogo, pode ser um pastor. A gente tem que ser de tudo um pouco. A gente tem que ter essa percepção de como está tratando o próximo”, fala o policial.
Logo o vídeo que registrou a atitude do sargento começou a ser compartilhado nas redes sociais, e a ação dele ganhou a aprovação das pessoas. Para Paulo, a repercussão positiva é só um bônus. A maior felicidade vem de poder cumprir bem o seu dever.
“O sentimento é de gratificação quando a gente vai para um local e vê que a gente atendeu a ocorrência da maneira mais correta, e que tudo foi resolvido da melhor forma possível”, finaliza.