Uma Galinha Gigante, com mais de 2 metros de altura, instalada na última quarta-feira (05), tem chamado a atenção das pessoas que passam pelo km 110 da BR-304 na cidade de Assú, em um Posto de Combustível. O monumento atraiu curiosos para entender qual o sentido da estátua, surgindo aí a trend do momento, “em Pernambuco tem o Porto de Galinhas e no Rio Grande do Norte agora tem o Posto da Galinha”. Quer entender essa história? Vem que o TCM Notícia explica.
O dono da estátua se chama Antônio Galynha, de 59 anos, e não é nenhuma coincidência a relação do nome com a estrutura. Natural de Mossoró, ele mora em Assú desde os 5 anos de idade, quando ganhou o apelido inusitado.
“Certa vez uma cidadã veio comprar ovos na vizinha e a dona da casa afirmou que não tinha, porém havia uma galinha chocando uns ovos, fui oferecer e no caminho tropecei, os ovos quebraram com os pintinhos prestes a nascer, a molecada da época zombou me chamando de galinha, ainda levei uma baita surra de minha mãe e herdei essa alcunha Galinha”, explicou.
Mas, não imagine que o apelido adquirido foi aceito na boa, “na verdade eu detestava essa narrativa na época”, mas atualmente ao longo do tempo ele entendeu que o apelido tornou-se uma referência importante, que o tornava único, inclusive foi ao Cartório e registrou na Carteira de Identidade “hoje é oficial e parte integrante da minha identidade – Antônio Galynha”, ressalta feliz ao explicar que situações constrangedoras podem se tornar sinônimo de orgulho.
“Cheguei a Assú aos cinco anos de idade com minha mãe Ana e minhas irmãs Ivonete e Luzia. Passamos por muitas dificuldades alimentícia e financeira. Desde cedo comecei a trabalhar para ajudar no sustento familiar, vendendo picolés, cocadas, tapiocas, frutas, trabalhei em supermercado, posto de lavagem de carro”.
Essa história tem capítulos que só o tempo é capaz de descrever, Antônio Galynha na década de 1970 trabalhou executando serviços de limpeza no mesmo Posto de Combustível que hoje é proprietário.
“Para ajudar dentro de casa, eu trabalhei também no Posto Florestal na década de 70, como responsável pelos serviços de manutenção da limpeza/banheiros. Em 2005 compramos o Posto e continuamos no ramo de combustíveis”
Antes disso, ele recorda a herança que a mãe deixou, “nossa saudosa mãe sempre nos incentivou a estudar, frequentei o Instituto Padre Ibiapina, Escola Estadual juscelino kubitschek e na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, todos em Assú, embora não tenha concluído o nível superior, por causa do trabalho”.
“Em 1979 fui indicado para ser menor-aprendiz em um Banco na cidade de Assú, em seguida passei no concurso e trabalhei 35 anos naquela casa, passando por diversas cidades – Assú, Caraúbas, Angicos, Ipanguaçu, São Rafael, Carnaubais, Macau e Natal, onde me aposentei”. Atualmente, prestes a completar 60 anos, Antônio Galynha tem cinco filhos e três netos.
Entre os amigos, Lucílio Filho, diz que ele “é um vencedor, somos colega de infância, ele é um cara que eu não coloco a mão no fogo. Eu entro no fogo por ele”.
Em Assú, simplesmente, todo mundo quer conhecer a Galinha Gigante e brincar com piada: “Pernambuco tem ‘Porto de Galinhas’, em Assú tem o ‘Posto da Galinha’”. Mas, você sabe qual diferença na origem das duas histórias?
Origem de Porto de Galinhas
Enquanto em Assú, a história tem um viés engraçado e encorajador, a origem do nome Porto de Galinhas, em Pernambuco remete ao tráfico ilegal de escravos. Quando foi proibida a escravidão na Europa, Porto de Galinhas, no Brasil, tornou-se o principal ponto de comércio de escravos ilegais no nordeste brasileiro, no século XIX.
Os escravos eram trazidos em navios cargueiros, geralmente escondidos embaixo de engradados de galinhas d’angola. A fim de enganar os fiscais da lei da escravatura, os portugueses começaram a anunciar a chegada dos escravos com o código “Tem galinha nova no porto”.
A senha foi tão explorada, que em 1990 o local passou a se chamar Porto de Galinhas, e tornou-se um dos pontos turísticos mais visitados do país.
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