A cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizada nesse domingo (01) em Brasília deu início ao terceiro mandato do pernambucano a frente da presidência do Brasil. O Rio Grande do Norte esteve presente, de forma simbólica, em dois dos momentos que mais chamaram a atenção na cerimônia.
O primeiro foi a roupa usada pela primeira-dama, Janja, na posse de Lula. Fugindo da escolha convencional de usar vestido, ela vestiu um terno em tom dourado, idealizado pela estilista Helô Rocha. O diferencial da roupa foi o bordado feito por bordadeiras potiguares, do município de Timbaúba dos Batistas/RN, há quase 300 km de Natal.
Os detalhes foram feitos em palha e demoraram cerca de seis semanas de confecção. Cinco bordadeiras participaram da produção do bordado, feito com auxílio de uma máquina. O material usado também teve origem potiguar: a palha do bordado veio de Pirangi.
Em entrevista ao TCM Notícia, Acileide Cavalcante, uma das bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, contou que elas fizeram o bordado sem saber que a roupa seria para a primeira-dama usar. As artesãs foram pegas de surpresa e só descobriram quando viram Janja pela televisão.
“A gente até fez sem saber pra quem era, né? Até então ela [a estilista] não queria que divulgasse nada. Até pra gente foi uma surpresa, ninguém esperava e foi muito bom. Estou muito feliz, fiquei muito grata”, disse Acileide ao TCM Notícia.
Essa foi a segunda vez que as artesãs de Timbaúba participaram da produção de uma peça usada pela primeira-dama. O bordado das potiguares também fez parte do vestido de noiva usado por Janja no casamento com o presidente, que aconteceu em maio de 2022. A peça teve como tema “Luar do Sertão”, onde seis artesãs passaram cerca de um mês bordando luas, estrelas, xique-xiques e mandacarus.
INFLUENCER POTIGUAR, IVAN BARON REPRESENTOU A DIVERSIDADE NA POSSE DO PRESIDENTE
Um dos momentos mais aguardados na cerimônia era a passagem da faixa presidencial para o novo presidente. Com a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro para o exterior antes da posse do seu sucessor, haviam muitas especulações sobrem quem passaria a faixa para Lula no ritual tradicionalmente realizado no alto da rampa do Palácio do Planalto.
A equipe organizadora da posse, liderada pela primeira-dama Janja, optou por um ato simbólico, onde um grupo de oito de pessoas representativas da sociedade brasileira acompanharam a subida da rampa ao lado do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin. No alto da rampa, a faixa presidencial passou de mão em mão até ser entregue a Lula por uma mulher negra catadora de materiais recicláveis.
Entre os integrantes do grupo escolhido para representar os brasileiros estava o influencer digital potiguar Ivan Baron. Natural de Natal/RN, Ivan de 24 anos tem paralisia cerebral. Aos três anos de idade ele foi acometido por meningite viral que ocasionou sua deficiência física e a mobilidade reduzida.
O potiguar se tornou referência na luta anticapacitista e é considerado um dos embaixadores da inclusão. Com forte presença nas redes sociais, Baron publica conteúdos educativos sobre direitos, curiosidades e temas de interesse de pessoas com deficiência e para o público em geral se informar melhor e trabalhar contra o preconceito. Atualmente ele já soma mais de 1 milhão de seguidores em seus diferentes perfis nas redes sociais.
Ivan Baron subiu a rampa do Palácio, passou a faixa e abraçou o presidente empossado, Lula. Pelo instagram, o influencer mostrou os bastidores da cerimônia e falou sobre sua participação em um momento importante para a política brasileira, como é a posse de um presidente.
“O que foi o dia de hoje, em? Eu estou sem palavras para descrever. Muito obrigado mesmo pelas mensagens de apoio, e eu vou tentar ainda raciocinar o que foi que aconteceu hoje. Eu deixo aqui o meu carinho e o meu muito obrigado, de verdade. Vocês são incríveis”, disse Ivan agradecendo os fãs.
A imagem do potiguar no alto do palácio ao lado do presidente e dos outros convidados se tornou capa dos principais jornais internacionais, como o The New York Times e El Pais.
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