No dia 29 de novembro de 2024, a Força Aérea Brasileira (FAB) dará um importante passo para o fortalecimento da sua capacidade espacial com o lançamento de um foguete suborbital, em uma operação que marcará a reativação da atividade de lançamentos suborbitais no Rio Grande do Norte. O lançamento será realizado no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim, e tem como objetivo realizar testes e coleta de dados para avançar a infraestrutura e os processos de monitoramento de foguetes e satélites.
A Operação Potiguar, iniciada em 18 de novembro, será dividida em duas fases. A primeira fase inclui o lançamento de um foguete VS30, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), para testar a capacidade do CLBI em realizar lançamentos suborbitais e treinar sua equipe para o manejo de novos equipamentos. O foguete, com 8 metros de comprimento e quase uma tonelada de combustível sólido, tem a capacidade de alcançar altitudes de até 150 quilômetros e atingir velocidades de até 6.000 km/h. Durante o voo, serão monitorados dados cruciais sobre a trajetória, desempenho e funcionamento do veículo e da carga útil.
O Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, explica que a operação está alinhada com a estratégia do Brasil de aumentar a autonomia no setor espacial, oferecendo soluções para a crescente demanda por lançamentos suborbitais de experimentos científicos e tecnológicos. Entre os projetos beneficiados está o Programa de Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB), que também faz parte da Operação Potiguar.
O CLBI, criado em 1965, é um dos centros de lançamento mais antigos e ativos do Brasil, com mais de 3.000 lançamentos realizados. Com a realização da operação, o centro passará a atuar de forma mais estratégica, não apenas na coleta de dados, mas também no lançamento e recuperação de cargas úteis enviadas ao espaço. Na segunda fase da operação, prevista para 2025, o foco será a qualificação do sistema de recuperação do foguete, especialmente da plataforma suborbital de microgravidade (PSM), crucial para os experimentos científicos.
Essa operação não só ampliará a capacidade do Brasil em lançamentos espaciais, mas também permitirá que o país ocupe um papel mais relevante no mercado global de lançamentos suborbitais, com maior autonomia para realizar e recuperar experimentos enviados ao espaço.
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