Por Vonúvio Praxedes.
Na semana em que uma aposta de Mossoró foi premiada com R$ 5,5 milhões na mega-sena, o TCM Notícia conta uma história real direto da cidade de Felipe Guerra, cidade do interior do Rio Grande do Norte que conta com quase seis mil habitantes.
A sorte quando escolhe alguém geralmente não dá outras oportunidades num mesmo dia, mas desta vez concedeu três chances para um entregador felipense que deixou de ganhar R$ 32 milhões por causa de uma dívida de lotadinha no valor de 10 reais.
Foi numa manhã ensolarada de sábado em janeiro de 2007, quando o dia amanheceu com céu azul e pouco vento. A cena de mais um dia normal para o entregador de materiais de construção Vanderlânio Morais em Felipe Guerra. Ao sair de casa para trabalhar, antes, seguiu para fazer sua tradicional aposta na mega-sena na lotérica da cidade. Ele conta que desde seu primeiro salário, sempre separava uma quantia para arriscar a sorte, mas neste final de semana foi diferente.
Com dez reais na mão e os números na cabeça decorados, marcou o cartão e aguardava sua vez na fila. Quatro pessoas na frente com um atendimento que demorava cerca de cinco minutos cada. Ou seja, em cerca de 20 minutos sua vida poderia ter mudado completamente. Foi aí que um colega parou na frente da lotérica e o informou sobre uma entrega na zona rural felipense. Primeira oportunidade perdida: de pronto Vanderlânio saiu da fila com o cartão marcado com os seis números e os dez reais na mão. A sorte ainda deu uma segunda chance, porque assim que saiu da lotérica “Felipe Guerra da Sorte”, encontrou com a esposa e logo pediu para fazer a aposta, mas a resposta foi: “agora não tenho tempo, mas antes da lotérica fechar eu faço”.
Por volta das 11h da manhã daquele sábado seu amigo cambista que sempre faz lotadinha encontrou com Vaderlânio no trabalho. Pronto para pagar a dívida, mas lembrou que os dez reais estavam com a esposa que iria na parte da tarde na lotérica. Foi aí que a sorte perdeu as esperanças. O entregador ligou para a esposa e perguntou se ainda estava com o dinheiro. Como só iria receber a quinzena terça-feira e ainda era sábado, o cambista precisava daqueles dez reais. Disse por telefone a esposa: “Não venha mais fazer o jogo, preciso do dinheiro pra pagar o menino da lotadinha”.
Sem se dar conta da sorte perdida naquele sábado, apenas no domingo de manhã Vanderlânio ficou sabendo o resultado daquele concurso. Um amigo estava conferindo os números em voz alta e com a lembrança das dezenas, despretensioso, achava que poderia – se tivesse feito a aposta – acertado uma quadra, mas rapidamente pegou o bilhete preenchido e estava lá as seis dezenas sorteadas. Disse que naquele momento um arrepio atingiu todo corpo. Ficou pálido, incrédulo no que via em suas mãos aquilo que poderia ser um bilhete premiado da mega-sena.
Vanderlânio ficou em choque. Um desespero tomou de conta por ter perdido R$ 32 milhões de reais. Quase precisou de atendimento no hospital.
Passado o nervosismo contou ao TCM Notícia que não joga mais na mega-sena, apenas na Lotofácil, onde o máximo de números que conseguiu foi 13 pontos, o prêmio é para 15 acertos. As vezes aposta na lotadinha, mas nunca mais a sorte grande se repetiu.
Até hoje guarda os números como lembrança de um dia que quase ficou milionário. O prêmio da Mega-Sena só saiu no concurso seguinte.
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