“Eu nem via o dinheiro entrar e não sabia o que se produzia”, essa fala é da agricultora Elisângela abreu, da cidade de Baraúna, comemorando a autonomia nos negócios. Ela relembra que anos atrás, tudo era resolvido pelo marido, e ela sequer opinava sobre as atividades realizadas.
“O que ele vendia, tratava diretamente com os atravessadores. Agora, eu tenho tido a oportunidade de participar. Vou para as reuniões, anoto as entregas feitas e recebo na minha conta corrente os pagamentos dos programas. Trabalhar junto é muito melhor. Agora que já entendo como funciona tudo, penso que podemos organizar melhor a produção”, afirmou Elisângela Abreu.
De acordo com dados do Censo Agropecuário do IBGE, de 2017, no Rio Grande do Norte, entre 15 e 20% dos estabelecimentos rurais são mantidos por mulheres. Apesar do número está distante do ocupado pelos homens, uma reflexão ganha espaço: qual o papel das mulheres no meio rural, enquanto empreendedoras e responsáveis pelas unidades produtivas?
A engenheira agrônoma e extensionista rural da Emater-RN, Grasiela Barbosa, conta que as mulheres têm uma função fundamental na agroecologia. Como exemplo o Projeto Algodão Agroecológico Potiguar, que passou a ganhar destaque dentro da produção.
“Para um empreendimento rural ser sustentável, ele precisa ser socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto”, ressalta a extensionista rural, que atua na Emater no município de Baraúna.
Grasiela analisa que a agricultura familiar passa por um momento de “transição de pensamentos e relações internas. A inclusão de mulheres neste processo enriquece, aprimora e expande as organizações. Valorizar o trabalho e inclusão das mulheres, partilhando responsabilidades e o lucro obtido nas atividades”.
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