O Governo do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape/RN), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), está avançando na construção de 490 barragens subterrâneas em 77 municípios do estado. A ação, que faz parte de um convênio firmado em 2017, está prevista para ser concluída até junho de 2025.
Com um investimento de R$ 11.355.426,60, a execução do projeto está a cargo de três entidades sem fins lucrativos: a Associação de Apoio às Comunidades do Campo (AACC), a Cooperativa de Trabalho e Serviços Técnicos de Reforma Agrária (Cooptera) e o Centro de Estudos e Assessoria Aplicados ao Desenvolvimento (CEAAD). O objetivo principal é aumentar a disponibilidade de água nas regiões secas do estado, contribuindo para a convivência com o semiárido e a segurança alimentar das famílias contempladas.
Entre os dias 2 e 5 de setembro, foi realizado um Curso de Barragens Subterrâneas, com palestras coordenadas pela Embrapa e a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA). O curso abordou temas como tecnologias sociais, políticas públicas para o semiárido, e a importância das barragens subterrâneas na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Além das discussões teóricas, os participantes realizaram uma visita técnica em Poço Branco/RN, onde puderam observar de perto a aplicação da tecnologia. Em outubro, estão previstas atividades práticas com a construção de modelos reais de barragens.
De acordo com Cláudio Almeida, assessor técnico da Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido (AP1MC), a construção dessas barragens não apenas contribui para a segurança alimentar e soberania hídrica, como também apoia a resiliência da agricultura familiar e a conservação dos biomas locais. Além disso, a chefe da Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa em Recife, Sonia Lopes, destacou que a erradicação da fome e da pobreza é um dos principais objetivos dessa iniciativa.
A barragem subterrânea é uma tecnologia que ajuda a armazenar água da chuva em regiões secas, melhorando a disponibilidade de água no solo e promovendo a recarga do lençol freático. Ela é construída em locais onde a água das chuvas tende a escoar, como córregos e riachos temporários. A estrutura retém a água que infiltra no solo, utilizando uma manta impermeável para impedir o escoamento.
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