Na última sexta-feira (24), a Justiça soltou os três policiais mossoroenses presos acusados de formar uma milícia privada em João Dias, Rio Grande do Norte, quase cinco meses após serem presos.
Os policiais militares Orlando Freire da Silva, Alexandre Fernandes Roberto e Romulo Paulo Ribeiro Alves foram detidos após, segundo a defesa, prestarem serviços de segurança à família do prefeito Marcelo Oliveira, que foi brutalmente assassinado em um atentado em João Dias. A acusação que recaiu sobre eles foi a de participação em uma milícia privada, formação de grupos armados e possível tentativa de vingança em relação à morte do prefeito. A polícia apreendeu com o grupo um fuzil, espingardas, pistolas e revólveres, mas o advogado de defesa contesta as acusações.
“Os policiais estavam contratados para fazer a segurança do prefeito no período eleitoral, iniciando o serviço no dia 30 de agosto de 2024, já que o prefeito era constantemente ameaçado. Inclusive, ele chegou a pedir aumento do efetivo policial em três ocasiões distintas, como a própria família do falecido prefeito pode confirmar, diante da falta de policiamento em João Dias.”, conta o advogado de defesa, Douglas Pereira.
A defesa entregou as senhas dos celulares para provar a inocência dos policiais. Esses dados, bem como o processo, foram encaminhados para a Unidade de Delitos de Organizações Criminosas (UJUDOcrim). Lá, três promotores, tomando por base o que tinham nos celulares dos policiais, concluíram que eles estariam em um “bico” de segurança e derrubaram a capitulação da milícia privada, dessa forma, eles deveriam ser soltos.
Quando o processo voltou para Alexandria, seis promotores entenderam que o grupo formava uma associação criminosa armada, o que fez com que permanecessem presos.
Foram protocolados diversos Habeas Corpus e um deles logrou êxito, ante a divergência do desembargador Glauber Rêgo, acompanhada pelo desembargador Ricardo Procópio.
O relator do processo, desembargador Saraiva Sobrinho, votou pela manutenção da prisão preventiva dos três policiais, mas os desembargadores Glauber Rego e Ricardo Procópio votaram pela liberdade.
O processo ainda continua, mas a defesa tem certeza que todos serão absolvidos. “Essa prisão foi imoral”, declara Douglas Pereira.