A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Delegacia Especializada na Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), desencadeou, nesta quarta-feira (21), duas operações simultâneas denominadas “Shadow Influence” e “Cassino Royale“.
As investigações têm como principal objetivo desarticular sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro que envolvem influenciadores digitais e plataformas de apostas online, setores que têm apresentado crescimento exponencial e atraído a atenção de criminosos interessados em ocultar a origem ilícita de recursos financeiros.
Durante a execução das operações, foram cumpridos ao todo 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça, em quatro diferentes unidades da federação: Rio Grande do Norte, São Paulo, Pernambuco e Maranhão. As diligências foram realizadas com o apoio de delegacias locais e de unidades especializadas, em endereços ligados aos alvos da investigação, incluindo residências, empresas e sedes de operações financeiras suspeitas.
Como resultado das ações policiais, foi determinado judicialmente o bloqueio de aproximadamente R$ 40 milhões em contas bancárias e ativos digitais pertencentes aos investigados. Além disso, foram apreendidos diversos bens de alto valor agregado, como veículos de luxo, joias, eletrônicos e documentos que poderão auxiliar na elucidação dos crimes apurados.
De acordo com as autoridades, os influenciadores investigados são suspeitos de utilizar sua visibilidade nas redes sociais para promover plataformas de apostas não regulamentadas, ao mesmo tempo em que movimentavam grandes quantias de dinheiro por meio de transações disfarçadas, dificultando o rastreamento da origem dos recursos.
A Operação “Shadow Influence” teve como alvo influenciadores digitais dos municípios de Natal, Parnamirim, Canguaretama e Macau, que atuavam como intermediários financeiros e colaboravam diretamente para a dissimulação de recursos ilícitos por meio das redes sociais. Já a Operação “Cassino Royale” teve como foco empresários e operadores de plataformas virtuais, atingindo o núcleo estrutural de um esquema bilionário voltado à lavagem de capitais.
O nome “Shadow Influence” (influência sombria) faz alusão ao papel oculto e nocivo desempenhado por influenciadores digitais na promoção de esquemas de lavagem de dinheiro, frequentemente disfarçados por práticas de ostentação e aparente legalidade. Já “Cassino Royale” remete à temática central da operação, que envolve o uso de plataformas de cassinos como fachada para movimentações financeiras ilícitas em larga escala.
As diligências contaram com o apoio estratégico do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), de outras unidades integrantes do DECCOR-LD, como a DEICOT e a DECCOR, além do 1º Núcleo de Investigação Qualificada (NIQ), da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da 5ª Delegacia Regional de Polícia (DR) de Macau, subordinada à Diretoria de Polícia do Interior (DPCIN), e das Polícias Civis dos estados de São Paulo, Maranhão e Pernambuco.