83 medicamentos distribuídos pela Unidade Central de Agentes Terapêuticos (UNICAT) do Rio Grande do Norte estão em falta. De acordo com dados disponíveis no site do órgão, a grande maioria dos remédios está em fase de licitação.
De acordo com relatos de pessoas que fazem uso de medicação de alto custo, alguns remédios já estão em falta há mais de três meses. “O azatioprina e o hidroxicloroquina são medicamentos de alto custo de manutenção do lúpus que a regional entrega, mas faz mais de três meses que não tem o azatioprina e agora está faltando o hidroxicloroquina vai fazer dois meses. Confesso que não estou conseguindo comprar”, disse uma paciente que realiza tratamento contra o lúpus.
Em entrevista ao Jornalismo TCM, Emiliana Cavalcante, coordenadora da II Unidade Regional de Saúde Pública (Ursap) em Mossoró, o processo se torna demorado porque depende do interesse da indústria farmacêutica.
“Muitas vezes a indústria farmacêutica não fornece aquele produto na hora da licitação. Às vezes, fazem lobby para que o valor de mercado desse medicamento aumente muito e o Governo Federal fica inviabilizado de comprar. Então dá o que a gente chama de ‘vazio na licitação’, resultando na falta dos medicamentos”, diz a coordenadora.
Ainda segundo Emiliana Cavalcante, não é possível dar uma previsão para que a medicação volte a ser distribuída. “Infelizmente, nós não temos outra saída no momento; temos que aguardar a licitação porque isso é feito de forma fiscalizada pelos órgãos de controle do Estado. Mas muitas vezes faz a licitação e não aparece ninguém pra fazer essa venda, porque a indústria farmacêutica quando vê que é um medicamento muito procurado, aumenta o valor dessa medicação”.