Após a edição deste domingo (22) do Big Brother Brasil o assunto relacionamento tóxico se tornou um dos mais debatidos nas redes sociais. Antes da formação do paredão, o apresentador Tadeu Schmidt fez um alerta ao casal Bruna Griphao e Gabriel Fop sobre atitudes na relação dos dois que tinham traços tóxicos.
Em um diálogo Gabriel chegou a falar “já, já você vai tomar umas cotoveladas na boca'” para Bruna em tom de brincadeira. Durante a intervenção, o apresentador citou alguns diálogos e chamou a atenção dos brothers: “Eu tô aqui pra fazer um alerta antes que seja tarde. Quem tá envolvido num relacionamento, talvez nem perceba, talvez ache que é normal. Mas quem tá de fora, consegue enxergar quando os limites estão prestes a ser gravemente ultrapassados”, disse Tadeu.
Logo o assunto começou a repercutir dentro e fora da casa mais vigiada do Brasil. Durante a conversa Tadeu Schmidt chegou a aconselhar o modelo de que “numa relação afetiva, certas coisas não podem ser ditas nem de brincadeira”. O conselho de Tadeu é o mesmo ponto defendido pela psicóloga Juliana Fernandes, que explica que esse tipo de relacionamento pode apresentar violências de diferentes formas e ambientes.
“São relacionamentos caracterizados por abusos, sejam eles verbais, físicos, psicológicos, emocionais ou sexuais. Geralmente ocorrem em relações amorosas, onde mulheres são as maiores vítimas desses casos, entretanto comportamentos tóxicos também apresentam-se em relações familiares, de amizade, entre colegas de trabalho ou em outras relações”, diz Juliana Fernandes.
Ainda no programa, os participantes envolvidos chegaram a conversar e não consideraram a relação abusiva. De acordo com a psicóloga, por mais que no início os sinais sejam mais silenciosos, algumas atitudes padrões podem ser identificadas. “Apesar de seu início muitas vezes ser “silencioso” e passar despercebido, os primeiros sinais de comportamentos e atitudes tóxicas podem ser verbais onde existem brigas, xingamentos, chantagem emocional, ciúmes ou desconfiança elevados, afastamento repentino das suas outras relações, baixa autoestima ou pensamentos negativos persistentes”, explica.
Em alguns casos, a vítima do relacionamento não percebe o que está acontecendo, mas as pessoas que convivem com ela sim. Nesse momento o mais indicado é acolher quem está passando pelo relacionamento abusivo, respeita o seu tempo e incentive a busca por atendimento especializado.
“É importante acolher os pensamentos e sentimentos desta pessoa, ouvi-la sem julgamentos, mostrar que está ao lado dela e que ela não precisa ficar sozinha, orienta-la a buscar um profissional que possa ajudar a lidar melhor com essa situação, e no serviço público contamos com os dispositivos de assistência CREAS e CRAS. Além disso, também é importante que saibamos respeitar o tempo e o processo dessa pessoa que está sendo vítima, pois não é uma escolha ser violentada”, orienta a psicóloga.
Quem passa por esse tipo de relação pode ser afetado diretamente em dimensões psicológicas/emocionais, podendo desenvolver sintomas de ansiedade, de crise de pânico, baixa autoestima, choro fácil, ideação suicida, autolesão, tristeza profunda e transtornos alimentares, assim como também nas dimensões física, financeira e sociais. Por isso a necessidade de identificar o mais cedo possível e conseguir quebrar o clico de violência.
O CICLO DO RELACIONAMENTO ABUSIVO
Em sua maioria, os relacionamentos abusivos têm um padrão seguem um ciclo:
- Construção das tensões: é quando ocorrem o controle do comportamento, o isolamento da vítima, ofensas verbais e humilhações;
- Explosão da violência: quando há agressão física, violência patrimonial, violência moral, violência sexual ou violência psicológica;
- Lua de mel: fase em que a pessoa pede perdão, enche a parceira/parceiro de promessas de mudança, há reconciliação e reconstrução do vínculo.
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