Laboratório Central da Sesap passa a identificar e monitorar possíveis variantes do Coronavírus
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) através do Laboratório Central Dr. Almino Fernandes (Lacen/RN) desenvolve pela primeira vez no Estado um trabalho de sequenciamento genético que proporciona uma resposta mais rápida sobre o comportamento do SARS-CoV-2, identifica quais variantes estão circulando e, assim, um controle de maneira mais efetiva da circulação do vírus. “É um avanço para a saúde pública do Rio Grande do Norte. O presente e o futuro está no sequenciamento genético”, disse Derley Galvão, diretor administrativo do Lacen.
Segundo, o Lacen o sequenciamento teve início no final de fevereiro. Antes o estado esperava mais de um mês para ter resposta de poucas amostras. Com a inovação, o prazo cai pela metade. Até hoje, 103 amostras foram sequenciadas e 95 estão em análise. “Com a autonomia conseguimos dar respostas mais rápidas à vigilância em Saúde e assim futuramente proporcionar o sequenciamento de outros agravos, de outros vírus e também de bactérias. É um marco no Estado”, disse Jayra Abrantes, bioquímica do Laboratório.
A bioquímica explica que o sequenciamento ocorre em etapas. A primeira acontece na seleção das amostras, que segue critérios rigorosos, passando pela bancada de experimentos, até chegar na análise dos dados, para gerar um relatório com fins públicos. Nesse processo, os bioquímicos fazem a reconstrução filogenética e comparam as variantes que estão circulando no estado e também com o cenário do Brasil e do mundo. “Esse trabalho é fundamental para o controle da doença. Realizamos o mapeamento do vírus, verificamos suas variantes e as respectivas frequências destas, entendendo assim o impacto em cada região, por exemplo”, explica Derley.
O diretor do Lacen esclarece que o sequenciamento é um serviço de vigilância e não de diagnóstico. “Trabalhamos com critério de seleção dessas amostras. Nem todo mundo que entra com Covid será sequenciado. É importante lembrar que não é o médico quem pede esse tipo de exame, mas sim o próprio Lacen, juntamente com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/RN). São utilizados critérios como carga viral, representatividade das amostras, manifestações clínicas atípicas, entre outros”, disse Derley.
Sequenciamento identifica BA.2 – subvariante da Ômicron
Nas primeiras amostras sequenciadas, o Lacen identificou a BA.2, sub variante da Ômicron. Já comprovado pelo Ministério da Saúde, este é considerado o primeiro caso do RN e o quinto no Brasil. “Fizemos todo o processo de encaminhamento para o CGLAB e através das tratativas dos dados, junto à curadoria que fizemos, o MS confirmou a subvariante”, disse o diretor Derley Galvão.
A identificação é fundamental para compreender como o vírus se comporta dentro da população. “A importância da detecção serve para o planejamento e execução das ações da vigilância em saúde”, finaliza.
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