Assim como tantas outras mulheres brasileiras, todos os dias Desireé Bezerra sai de casa para garantir o sustento de casa. Acorda cedo, deixa a filha na escola e começa a rodar sob duas rodas pelas ruas mossoroenses: Desireé é a única mulher mototaxista de Mossoró.
O serviço oferecido majoritariamente por homens ganhou representatividade feminina há mais ou menos seis anos, quando ela decidiu trabalhar transportando pessoas. Divide o ponto no centro da cidade com os colegas, que, de acordo com ela, sempre a respeitaram. “Eu tenho respeito dos colegas, dos passageiros. É muito gratificante você saber que você trabalha numa profissão que é mais masculina porque é mototaxista, e é respeitada”, conta a mototaxista.
Pilota atenciosa, o cuidado na condução dos passageiros é uma prioridade. Para ela, o fato de ser mulher é na verdade um diferencial, já que com a mototaxista, os passageiros se sente mais seguros. “Eles se sentem mais seguros, principalmente as passageiras, se sentem mais seguras andando com outra mulher. Várias mulheres chegam aqui e procuram mais a mim dos que os homens”, disse Desireé Bezerra.
Mesmo com os riscos que toda mulher sofre cotidianamente no trabalho, para a mototaxista é a rotina é tranquila. Nunca sofreu nenhum tipo de assédio, nem por parte dos colegas de trabalho, ou dos passageiros, um privilégio que ela fica feliz em ter. “Nunca tive nenhum tipo de assédio, nem de preconceito, graças a Deus”, afirma a mototaxista.