Na Comunidade Cordão de Sombra, na zona rural de Mossoró, o sentimento dos agricultores é de frustração. Apesar de o primeiro trimestre ter registrado chuvas acima do esperado na região, os meses de abril e maio não atingiram o volume necessário, o que impactou diretamente a colheita milho.
Seu Altemar Almeida foi um dos agricultores afetados. Como sua plantação não conta de sistema de irrigação, ele depositou suas esperanças em um bom inverno. Com a estiagem dos últimos meses, o que restou foi o prejuízo.
“Plantamos no dia 8 de março esse milho. Estava chovendo bem, mas, de repente, teve um verão de um pouco mais de 20 dias. Na hora em que o milho precisava de chuva, acabou o inverno. Quem planta no inverno é assim: ou lucra ou perde”, lamentou.

Durante a visita à comunidade, a reportagem da TCM também conversou com a agricultora Mizia Mércia. Segundo ela, a irregularidade do período chuvoso causou uma perca de 95% na colheita deste ano. A solução encontrada foi aproveitar a forragem para alimentar o gado.
“A gente esperava um inverno mais regular. Mas aí passaram 22 dias sem chover. Com isso, a colheita desse ano vai gerar uma perda de 95%. O milho não deu e o que nós vamos lucrar é a forragem para os animais.


Com a estiagem, a alternativa para amenizar o prejuízo dos agricultores é o recurso proveniente do Garantia-Safra. A ação do Governo Federal é realizada em parceria com estados e municípios.
Em Mossoró, a Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural vem realizando, desde abril, o trabalho de verificação de plantio das culturas de sequeiro. São contemplados pelo programa Garantia-Safra os plantios de feijão, algodão, arroz e milho.

“É um ano de perda de safra. Nas visitas que fizemos, já identificamos isso. As inscrições do Garantia Safra 2025 ocorrem no ano anterior. Então, os agricultores que se inscreveram até dezembro de 2024 já estão com o cadastro validado para poderem acessar esse recurso”, afirmou o secretário Faviano Moreira.
Segundo o secretário, a expectativa da Prefeitura é de que os recursos do programa sejam liberados às famílias o quanto antes.
“Quem está com o cadastro validado, já está apto. Resta o município e o Governo fazerem o pagamento da contrapartida para o Governo Federal. Os dois fazendo, o agricultor recebe o pagamento de R$ 1.200,00 referente a safra do ano passado. O município já realizou o aporte. Estamos esperando o Governo efetuar também para a liberação do recurso”, concluiu.

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