Mossoroense, a jovem cantora Bia Gurgel, de apenas 17 anos, que ficou conhecida nacionalmente após participar do The Voice Kids, em 2021, lançou um novo single. A música de trabalho leva o nome de “Quanta Vida” e foi lançada no início deste mês de abril.
Bia já tem uma trajetória na música, um EP lançado em 2023 que se chama “Mais Eu” e três singles lançados pela gravadora Midas Music, do produtor musical Rick Bonadio, responsável por produzir nomes como Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr., NX Zero, Rouge, Rebeldes, Fresno e Manu Gavassi.
Os singles lançados por Bia Gurgel no último ano foram “saudade, menino”, “Dedilho-te” e o mais recente, “Quanta Vida”. A artista passou uma semana em São Paulo, conhecendo a gravadora, gravando guias de músicas novas, fazendo networking e cultivando ideias de projetos.



“Quanta Vida”, conta Bia, surgiu de um refrão criado a partir de um poema que ela mesma escreveu. Após um dia cansativo, um dia comum, ela se deparou com a reflexão: “Quanta vida há em um dia só”, que se tornou verso da canção. Em parceria com Estevão Félix, a composição nasceu. “Ela representa pra mim justamente o acordar, sacudir a poeira. Se joga que a vida não pode parar!”, expressa a jovem.
Apesar de pop, com elementos eletrônicos, a música conta com instrumentos de percussão que lembram a sonoridade de canções feitas no Nordeste, uma proposta que tem se tornado cada vez mais comum na música brasileira, se transformando em uma espécie de baião eletrônico.
Bia Gurgel começou com sua história na música muito cedo, mas não previa o que estava por vir. “Eu comecei a querer seguir uma carreira musical quando eu tinha uns 12 anos, que foi quando eu postei meu primeiro vídeo cantando na internet. Antes disso eu já cantava sim, mas nada profissional e não tinha muita vontade de cantar, só em casa”, conta.


Até esse ponto, a sua experiência com música era mais tímida. A participação no The Voice, aos 14 anos, foi um divisor de águas, foi quando tudo mudou de verdade. “Foi quando eu senti a energia assim, meu Deus, olha o tamanho que é a música, olha onde a música pode me levar. Eu acho que foi a partir disso que eu quis isso para a minha vida, que eu quis cantar, que eu quis ser cantora, e eu quero viver isso para sempre”.
Filha da cantora e produtora cultural Katharina Gurgel e do engenheiro Fabrízio Almeida, e ainda irmã de Luiza Gurgel, artista e jornalista mossoroense, desde criança Bia teve a arte e a cultura inseridas na sua vida. Bisneta de Glorinha Oliveira, cantora do Rio Grande do Norte reconhecida nacionalmente, e de Deífilo Gurgel, poeta, escritor e folclorista referência no Estado, a jovem carrega a música consigo desde o berço.
Um outro momento marcante em sua trajetória foi fechar com uma gravadora já consolidada, a Midas Music. Fazer parte de uma gravadora é importante para qualquer artista, mais ainda para um que está se lançando, pois além de oferecer suporte, ajuda na promoção e distribuição das músicas. Roupa Nova, Simone, Chitãozinho e Xororó, Mariah Carey, Michael Bublé, Eric Clapton, Kell Smith, Luiza Possi e De Maria já fizeram trabalhos com a gravadora.
O mundo da música, a indústria em si, é um campo fértil e disputado. Tem muita gente no mercado e mais gente ainda querendo conquistar espaço no cenário musical. Para Bia, esse é um dos desafios ao qual ela precisa se acostumar. “Tem muita gente querendo ir para onde eu quero ir, e isso às vezes pode dar uma agoniazinha, um medo.”, conta.
A carreira musical faz parte de um mercado que visa números e quer vender produtos. Esse é mais um dos percalços enfrentados por cantores que se lançam tão jovens na profissão: agradar ao público. “Muitos cantores perdem sua essência para o mercado, para a massa, para o que vende. E isso é um grande desafio, se segurar nesse ponto. Então, é meio perigoso, né? É uma linha meio perigosa de você perder a sua identidade, a sua essência, o que você quer, pra você dar o que as pessoas querem ouvir.”, desabafa.
Apesar da pouca idade, Bia Gurgel já coleciona momentos marcantes em sua carreira, que por vezes se torna fundamental para construir sua identidade artística. “É muito bom ser uma artista jovem que tá caminhando, consolidando essa carreira jovem. Eu aprendo muito com quem veio antes de mim, com quem tá na minha frente. Na minha frente eu digo em questão de experiências, vivências. Eu tenho muito pra aprender com todo mundo e eu acho que isso é o mais legal assim. É poder estar num lugar de admiração, de quem veio antes de mim e com quem eu posso aprender.”, explica a cantora.
Além de cantar, o jovem talento também compõe as próprias canções. Suas referências sonoras são principalmente cantoras nordestinas, como Khrystal, Juliana Linhares e Joyce Alane. Bia se inspira no jeito de cantar, na arte e na força cultural dessas artistas, que são conhecidas por carregarem identidade e emoção em suas performances.
O processo criativo é único para cada artista. Para compositores, como Bia, a inspiração vem como um motor que incide de dentro de si para impulsionar a criatividade através das emoções. “Eu fico cantarolando melodias na minha cabeça e começo a escrever a letra a partir dessa melodia.”, conta. Ela revela que algumas letras surgem a partir de suas vivências e sentimentos íntimos, enquanto outras surgem a partir da sua própria criatividade.
No comecinho da carreira, a jovem diz que ainda há muito por vir e revela um desejo de mostrar ao mundo a que veio. Entre os planos vindouros, está o lançamento e produção de um álbum, a fim de consolidar sua identidade e cativar o público. Ela também não descarta a possibilidade de explorar outros gêneros musicais, entre eles, o brega, ritmo que tem a cativado ultimamente. Para quem acompanha sua carreira, Bia revela algumas novidades, “um sofrimentozinho” pode vir em forma de canção. “Mas um sofrimentozinho bom”, explica.
Confira “Quanta Vida”:
Você precisa fazer login para comentar.