É na estrada que a carreteira Maira Bícego, de 41 anos, natural de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais, encontra mais um motivo pra ser feliz. O trabalho anda junto com a diversão.
Faz pouco mais de quatro meses que Maira conseguiu a habilitação categoria E pra dirigir veículos de carga. As viagens tem muitas direções, principalmente o Nordeste inteiro. Destino final: Mossoró, no Rio Grande do Norte. A ida e a volta é por dentro da capital do Oeste Potiguar – Maira abastece a carreta com sacas de sal nas salinas de Areia Branca, também no RN.
“Eu passo em Mossoró com destino às salinas e depois pra voltar pra casa, mas sempre dou uma paradinha aí. A gente para pra comer espetinho toda vez”, diz Maira. Por causa das viagens, ela conhece a cidade. Recentemente pôde ver o Memorial da Resistência. “A praça contando a história do Lampião, da Maria Bonita… Nossa, achei muito lindo; eu não conhecia”, e completa ao afirmar que Mossoró é uma cidade bonita.
Há alguns meses o irmão, Weder Adriano Bicego, quebrou a perna e ela precisou substituí-lo – e mesmo quando se recuperou, ela continuou a dirigir. O trabalho é revezado com o pai, Paulo Bícego de 72 anos, que, para Maira, já não aguenta mais tanto assim as viagens longas.
“A gente sai de Minas e gasta em torno de 12 a 15 dias pra fazer uma viagem completa. Quando é rápido, a gente faz em 10 dias”, normalmente as viagens são feitas com o pai, o filho Lenin Bícego ou até mesmo a cadelinha pinscher Kety.
As redes sociais de Maira são recheadas de fotos de viagens por onde passa. Faz questão de parar em todos os lugares que têm praia. São nos caminhos que ela encontra novas memórias e experiências pra contar.
“Pra mim é bem gratificante, porque é uma coisa que eu gosto muito de fazer. Eu amo estar na estrada, eu amo viajar, eu amo conhecer lugares e conhecer pessoas”, o sonho de infância, de quando viajava com pai nas férias escolares num Mercedes 1113, se tornou realidade.
Nas rodovias Maira sorri as lembrar do passado e do que vem pela frente. O sotaque mineiro carregado, muito diferente do mossoroense, não a impede de criar vínculos por onde passa. O interior do Estado se tornou uma rota certa.
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