O jornalismo da TCM apurou que a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte (Sesap) enfrenta dificuldades logísticas para realizar a captação de órgãos no estado, devido à falta de aeronaves disponíveis para o transporte das equipes responsáveis por essa atividade.
Em contato com a assessoria de comunicação da Sesap, foi confirmado que a captação de órgãos mais recente contou com o apoio de uma aeronave de outro estado, já que os helicópteros da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) estão em manutenção.
Rogéria Medeiros, médica da Central de Transplantes do RN, esclareceu: “Não conseguimos realizar a captação em Mossoró, como está ocorrendo agora, porque o helicóptero está em manutenção. Nesse caso, ofertamos os órgãos a outros estados, e quem aceitar vem realizar a captação. Assim, garantimos que a doação ocorra. Os órgãos, como rim, fígado ou coração, se aptos, são destinados a alguém no sistema nacional de transplantes, que é integrado em todo o país. Fazemos o possível para que esses órgãos permaneçam no Rio Grande do Norte, mas, se isso não for viável, eles são ofertados a outros estados para evitar qualquer perda.”
Atualmente, as equipes do Rio Grande do Norte contam com o apoio da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) para realizar esse trabalho. Mas por conta do cronograma de manutenção das aeronaves, as equipes do Rio Grande do Norte, que se concentram em Natal, estão fazendo a captação de órgãos apenas em locais mais próximos da capital.
O Coronel Eduardo Franco, Diretor da Ciopaer, contou que o órgão conta com 92% de eficácia na manutenção das aeronaves, e que essas revisões não tem como ser programadas, como as de automóveis, por exemplo. A previsão, segundo ele, é que a aeronave Potiguar 2 volte a operar ainda esta semana, na sexta-feira (20), e que essa manutenção não interferiu nos serviços prestados pela Ciopaer.
“E do mesmo jeito que a gente manda para outros estados, a gente também recebe de outros estados. Na semana passada a gente recebeu rins de João Pessoa, fomos em João Pessoa pegar esse rim, né? Com uma distância menor, apesar de ser outro estado, a gente conseguiu até fazer de carro. Então é um sistema integrado que a gente trabalha em conjunto, tentando sempre priorizar as doações. O nosso foco é que ocorra a doação, independente de que estado vai receber esse órgão já que é o sistema nacional quem nos organiza. Então, nós somos integrados. Então, independente de quem vai receber, alguém vai receber esse rim, esse fígado, coração. Então, é isso a nossa maior missão. Se ficar dentro do Estado do Rio Grande do Norte é nossa prioridade, mas se não der por algum motivo administrativo, operacional, que alguém receba esse órgão.”, concluiu Rogéria Medeiros.