Estudantes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) — Campus Mossoró — realizaram, nesta sexta-feira (24), uma manifestação em protesto contra medidas que estariam sendo implantadas pela instituição. As novas diretrizes teriam sido anunciadas pela direção durante uma reunião com os pais, realizada nesta semana.
Segundo Joanan Gabriel, integrante da comissão de estudantes, a mobilização teve início após uma reunião com os pais, na qual foram anunciadas medidas “cautelares” que seriam implementadas pelo campus.
Entre as determinações estariam: a obrigatoriedade do uso do fardamento escolar, o fechamento dos portões meia hora após o início das aulas, a restrição da circulação de familiares na área interna e a exigência de autorização explícita de um professor ou orientador para o acesso de alunos no turno oposto ao de suas aulas.
“Estamos enfrentando uma série de medidas esdrúxulas, sem consenso nem mesmo entre os setores da administração. Estão querendo proibir a livre entrada e saída dos alunos fora dos horários de pico, além de restringir o acesso da sociedade civil à instituição — o que desrespeita totalmente a luta que travamos para que a universidade seja um espaço de participação social e de construção do saber em conjunto com a comunidade. Isso não pode acontecer, pois a universidade deve servir à sociedade”, afirmou à reportagem.
O estudante acrescenta que uma das normas prevê a retirada de alunos da sala de aula caso não estejam utilizando o uniforme.
“Um uniforme que custa R$ 80, sem contar a calça e o tênis. Alunos em situação de vulnerabilidade econômica não terão condições de arcar com esse custo, e sabemos que retirar um estudante de sala por esse motivo é uma medida ilegal, vedada pela Constituição”, pontuou.
Além de protestar contra essas medidas, os estudantes também cobram melhorias estruturais, no fornecimento de alimentação e no transporte da instituição.
“Tendo em vista que temos problemas mais sérios a serem resolvidos, decidimos nos mobilizar para construir um diálogo em que nossos direitos sejam assegurados e a segurança do campus seja realmente colocada em pauta”, concluiu.
Sobre os pontos levantados pelos estudantes, a reportagem buscou posicionamento do diretor do Campus Mossoró, Hélio Henrique, que informou estar em viagem de trabalho. Segundo ele, as medidas ainda não entraram em vigor e ele pretende buscar o diálogo com os estudantes na próxima semana. Após essa conversa, ele deverá se pronunciar oficialmente.





















































