A busca por cirurgias eletivas em Mossoró cresceu significativamente nos últimos meses, gerando uma fila de espera que ultrapassa duas mil pessoas. Diante do cenário, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) acionou o Ministério Público (MP) para firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Prefeitura.
Em reunião realizada no mês passado, a Prefeitura propôs um prazo de oito meses para zerar as filas, ideia que foi veementemente rejeitada pelo CMS.
“Apresentaram essa lista de espera de 1.307 cirurgias ginecológicas e 955 cirurgias gerais (hérnia, vesícula). E, com isso, eles apresentaram uma proposta para zerar essa fila em oito meses. A gente achou um absurdo. Os nove conselheiros que estavam lá rejeitaram essa proposta, dizendo que davam um prazo de 15 dias para a Secretaria de Saúde apresentar um mutirão para que viesse tirar essa cirurgia.”, explica Luiz Avelino, representante do Conselho Municipal de Saúde.
Uma nova reunião está marcada para o dia 17 de novembro, onde o Conselho espera que a Secretaria apresente um cronograma detalhado para o zeramento da fila.
A secretária de Saúde do município, Morgana Dantas, confirmou a alta demanda, ressaltando que mais de duas mil pessoas aguardam procedimentos. Ela esclareceu que a fila inclui tanto procedimentos de responsabilidade municipal quanto aqueles direcionados ao Governo do Estado.
A secretária apontou o projeto do novo Hospital Municipal, anunciado pelo prefeito Allysson Bezerra, como uma solução viável e de longo prazo. O novo hospital é projetado para ter três salas cirúrgicas, com capacidade para realizar até 608 procedimentos por mês, o que, segundo a secretaria, ajudará a zerar a fila em conjunto com as demais unidades.
Historicamente, as cirurgias eletivas eram realizadas nos hospitais São Luís, Maternidade Almeida Castro (Apamim) e Hospital da Liga de Estudos e Combate ao Câncer. No entanto, os procedimentos foram suspensos em janeiro deste ano devido à ausência de pagamentos.
Sobre a retomada, Morgana Dantas informou que a Prefeitura realizou um novo convênio com os prestadores.
“Com uma emenda de Zenaide no valor de R$ 3 milhões, fizemos um convênio, fizemos um chamamento público. A Apamim foi o primeiro hospital a entrar nesse chamamento e assim já conseguimos dar vazão a um número maior de procedimentos no mês, podendo chegar a mais de 60 procedimentos em mês só na Apamim. E temos também a Liga Mossoroense, que já entregou toda a documentação…”, detalhou a secretária, indicando que as cirurgias foram retomadas, mas o CMS ainda as considera de forma “tímida”.


































































