Música, futebol, reencontros, e é claro, comida. Assim tem sido a movimentação na Praça da Convivência, na Avenida Rio Branco em Mossoró/RN. Após passar cerca de um ano e meio fechado para reforma, o importante equipamento cultural mossoroense foi reinaugurado em maio deste ano, e desde então, tem superado expectativas.
Além da revitalização da arquitetura colorida com postes de ferro antigos, que relembram a Mossoró do passado, a Praça da Convivência também mudou, a partir da reabertura, o seu modelo de administração. Com um sistema condominial, o espaço público passou a ser administrado e mantido por uma empresa privada. Esse formato foi sugerido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio).
“A gente entendeu que podíamos fazer um estudo de viabilidade econômica tanto para os empresários como para o município, tirando de cima do município despesas que poderiam ser desconcentradas e voltadas para as empresas na parceria público privada”, explica Michelson Frota, presidente do Sindilojas.
O estudo técnico foi desenvolvido em 2020 pelo Sistema Fecomércio, e analisou, principalmente, a percepção dos mossoroenses sobre a Praça. Na época a pesquisa identificou, por exemplo, que mais de 90% dos entrevistados apontavam o espaço como muito importante para a cultura local. Através dos dados, a Fecomércio, em 2021, sugeriu o novo modelo de gestão, que foi adotado pela Prefeitura de Mossoró.
“Já existia essa proposta apresentada pela Fecomércio de termos essa parceria, e nós entendemos, naquele momento, que era um dos melhores modelos, já que ele dava possibilidade de dar um ganho tanto monetário como de valorização do espaço da Praça para a Prefeitura, quanto uma revitalização e uma reorganização do espaço”, diz Frank Felisardo, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo.
Após um longo processo de licitação a empresa mossoroense Tchê Gourmet passou a ser a responsável pela Praça. Segundo Alexandro Rodrigo, um dos sócios do Tchê, o formato de administração foi um dos pontos que ajudou a atrair tantos restaurantes e lanchonetes interessados em fazer parte da Praça. “A gente abriu uma ficha cadastral, onde tivemos 170 cadastros. Nós fizemos uma seleção por segmento, por experiência, e hoje 100% das lojas estão alugadas. Para setor privado está sendo benéfico porque tem algumas demandas específicas da Praça, que o setor tem uma agilidade maior em resolver”.
A Praça da Convivência carrega não só a história de Mossoró, como também um grande potencial empreendedor. Foi isso que a empresária Midiã Fernandes enxergou quando pensou em colocar uma loja no ponto. Dona do Açai do Alto, ela participou da seleção e viu no lugar a oportunidade de ouro para abrir sua primeira filial.
“Inicialmente pensamos em abrir uma filial no Nova Betânia, só que a gente viu o projeto da Praça e preferimos ir para lá. É um canto central então lá você não tem só um tipo de público, é muito democrático. Sem falar que é um ponto turístico. Todas as noites a gente coloca música ao vivo, então já está virando um point novamente a Praça da Convivência”, fala Midiã.
Para Daniel Sousa não foi diferente. Nos três primeiros anos, a GoEspiha, empresa que é sócio, funcionava apenas em formato delivery. A Praça da Convivência foi a escolha dele para ter pela primeira vez um ponto físico, e desde maio os clientes consegue sentir o cheirinho das espihas assando no forno, antes mesmo de chegar a mesa.
“Tivemos a oportunidade da gente se mudar aqui pra Praça da Convivência para abrir nosso primeiro ponto físico, e agora estamos conhecendo uma nova realidade com relação ao nosso serviço, servindo os nossos clientes em mesa, e está superando as nossas expectativas. A gente veio pra cá de uma expectativa de ao menos dobrar o nosso faturamento e até o momento está superando”, afirma Daniel.
Com quase todas as lojas em funcionamento, a Praça tem gerado mais de 300 empregos diretos e indiretos. A movimentação tem dado ainda mais vida ao espaço que fica no coração de Mossoró. O impacto tem sido positivo não só na economia, mas também, na valorização da cultura local.
“Nós temos semanalmente vários artistas locais se apresentando na Praça, e isso é o fomento à cultura, ao turismo, ao comércio e ao lazer da cidade de Mossoró. A gente enxerga que o modelo apresentado lá atrás pela Fecomércio hoje é uma realidade de sucesso”, diz Frank Felisardo.
Para Michelson Frota, esse resultado positivo reafirma o compromisso da Fecomércio com o desenvolvimento econômico local. “A pesquisa é apenas o norte, a gente precisa sempre buscar melhoras para quando o “boom” passar, e ainda é onde entra realmente a criatividade do empreendedor”.
E no que depender de Alexandro Rodrigo, criatividade não vai faltar. Já há planos para a realização de um festival gastronômico na Praça ainda este ano, além de um carnaval em 2024, O desejo dele é que assim como foram os últimos quatro meses, a Praça da Convivência continue sempre movimentada, celebrando a diversidade de pessoas, cheiros e sabores.
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