São vários os pacientes aguardando a realização de cirurgias ortopédicas e muito sofrimento de quem precisa acompanhar o familiar no Hospital Regional Tarcísio Maia. Os pacientes vivem na esperança de um entendimento entre o Governo do Rio Grande Norte e a Clínica de Anestesiologia de Mossoró.
“Eu estou aguardando há oito dias, minha mãe com 87 anos, precisando demais dessa cirurgia. Ela está com o fêmur quebrado, sente dor direto e a situação aí dentro é horrível”, falou a diarista Regina Célia.
A acompanhante destaca que os médicos alegam falta de pagamento para continuar realizando as atividades. “É o que eles alegam a gente, então fica difícil, porque a gente tem nossas casas, tem a mãe doente em cima de uma cama sem a gente poder fazer nada”, completa.
A professora Ruberlândia Farias está acompanhando seu esposo. Já são oito longos dias aguardando algum posicionamento de quando será realizado o procedimento cirúrgico.
“A situação que nós encontramos aqui no hospital é de completo abandono, principalmente para a classe médica, que há meses que não recebe. Sabemos que saúde é prioridade. Nós estamos aqui há bastante dias. Eu, por exemplo, dei entrada para o meu esposo dia 22, por volta das 13 horas, e até o momento estamos aguardando a cirurgia “, disse.
Ela comenta que outros pacientes vivem situações semelhantes, de precariedade e aguardando há mais de três meses. A mulher faz um apelo às autoridades.
“Nós pedimos às autoridades, em especial à senhora governadora, que olhe para a nossa situação com um olhar mais humanizado”, destacou a professora.
A ausência de pagamento vem afetando diretamente a escala de anestesistas, que é realizada pela Clínica de Anestesiologia.
“A gente tem as cirurgias eletivas de Ortopedia, que são realizadas através de uma empresa, a Biomed, que atua lá no Tarcísio Maia. É um volume muito alto de atendimento um média, se for fazer mesmo, dá para fazer de oito a dez cirurgias por dia”, disse, Ronaldo Fixina, um dos responsáveis pelos atendimentos.
Ele ressalta que há um atraso no pagamento dos profissionais de, pelo menos, oito meses, o que dificulta a realização de cirurgias e atendimentos.
“Existe atraso no pagamento e a gente está pleiteando que haja uma atualização ou um compromisso por escrito de um cronograma. E em relação ao Tarcísio Maia propriamente dito, a estrutura hospitalar não tem servidor concursado para compor a escala de um mês todo. E é feita com o auxílio de um trabalho com muitos ele, muito importante, através da CAM, dos nossos profissionais que cobrem todos esses plantões,” complementou Ronaldo.
Para o mês de dezembro, não foi apresentada escala para atendimento. Por motivos da ausência do pagamento dos meses atrasados.
“Recebemos uma proposta de um pagamento de março e abril. Março e abril é muito tempo de atraso, sem juros e sem correção monetária. A gente vai fazer uma avaliação com os sócios, em caráter emergencial, mas é uma proposta que não é o pleito, não é o que vai satisfazer as nossas intenções”, falou Ronaldo Fixina.
Enquanto o impasse não é resolvido, pacientes e acompanhantes sofrem na pele por dias, semanas e meses.
“Horrível, mal tem atendimento bom. Todo mundo está desesperado para fazer essa cirurgia até ele, o paciente, desesperado. Já peguei no corredor, disse que hoje ia sair a cirurgia dele. Chegando hoje, chegou a enfermeira dizendo que não tinha marcado nada de cirurgia”, disse a acompanhante Fernanda Silva.
Bastante emocionada, a mulher diz que está há dois meses aguardando para realizar a cirurgia e vivendo em situação precária nos corredores do hospital.
A equipe de Jornalismo TCM procurou a administração do HRTM e a SESAP. Em nota, a SESAP diz que irá pagar a equipe médica e negociar com a categoria o retorno aos serviços prestados.
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA:
O Governo do Estado anunciou que está previsto para esta sexta-feira (1°) o pagamento de salários atrasados de anestesiologistas que prestam serviços aos hospitais do Estado.
Paralelamente, também está sendo mantido o diálogo com empresas cooperadas para o retorno da prestação de serviço ao público com a maior brevidade possível.
Quanto ao tomógrafo do Hospital Regional Tarcísio Maia, o Governo informa que todos os trâmites burocráticos foram concluídos para a aquisição de um novo tomógrafo para atendimento a usuários de Mossoró e região.
O novo equipamento deverá ser instalado no Hospital da Mulher, que também passará por uma adequação para sua instalação, evitando assim, quaisquer problemas futuros. Em breve, como já foi anunciado, o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia receberá boa parte dos atendimentos realizados hoje no Tarcísio Maia.
As tomografias que deveriam ser realizadas no Hospital Tarcísio Maia estão sendo realizadas no Hospital da Liga do Câncer e também no Hospital São Luís. Portanto, nenhum paciente está desassistido.
A solução para o problema do tomógrafo atualmente instalado no HRTM já está sendo providenciada pela SESAP.
O Governo do Estado do Rio Grande do Norte reafirma o seu compromisso com a sociedade, em especial aos que dependem do serviço de Saúde e lhes assegura que todas as medidas necessárias serão tomadas em curto tempo para sanar as dificuldades enfrentadas pelo setor.