O 30 de setembro, feriado municipal em Mossoró, celebra a abolição da escravatura na cidade em 1883, cinco anos antes da Lei Áurea. A data é símbolo de orgulho local, porém, um projeto da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) busca aprofundar essa narrativa histórica, destacando o papel das pessoas negras na conquista da liberdade.
O projeto “Procurando Rafael”, coordenado pela professora Aryana Costa, reúne professores e estudantes do curso de História da Uern para investigar a participação ativa dos escravizados na abolição. As pesquisas revelam que muitos compraram suas alforrias, desafiando a narrativa tradicional que privilegia líderes abolicionistas da elite local.
Entre os resultados, o projeto destaca Rafael Mossoroense da Glória, um dos 40 escravizados alforriados em 1883, cujo nome ressurge nos documentos históricos como símbolo dessa resistência. A iniciativa propõe uma revisão das comemorações de 30 de setembro, integrando novas perspectivas e protagonistas esquecidos da história.