A existência de uma suposta fraude no cadastramento de beneficiários do Auxílio Brasil em Mossoró vai parar no Ministério Público. A vereadora Marleide Cunha (PT) disse que está preparando a denúncia formal, e que o documento tem em anexo, áudios do pedido do servidor público e até comprovante de transferência de valores.
A vereadora fez a denúncia durante pronunciamento na Câmara Municipal de Mossoró/RN. Segundo a parlamentar, um cidadão com cargo comissionado que trabalha com o cadastramento de pessoas no Auxílio Brasil estaria cobrando o valor de R$ 200 reais por mês para facilitar a aprovação das pessoas no programa. Na prática, como o auxílio está pagando R$ 600 até dezembro deste ano, ele ficaria com 1/3 do valor do benefício.
“O cidadão que me fez a denúncia passou um áudio e mandou também um comprovante de pagamento. Então aí a gente espera que o Ministério Público avalie a situação, avalie também o áudio, se vai servir como prova e aí as providências cabíveis. [] É preciso cessar com esse ato ilícito, é preciso que quem estava fazendo tenha medo e saiba que nós tomamos conhecimento. E é preciso também até estimular as pessoas que foram vítimas que também façam a denúncia.”, afirmou Marleide Cunha.
As prefeituras de cada município são responsáveis pelo cadastro das famílias no Cadastro Único, que é usado pelo Governo Federal para conceder o benefício. Caso o Ministério Púbico identifique indícios de crime, a Polícia Federal poderá investigar o fato por se tratar de verba federal.
Sobre a denúncia, em nota, a Prefeitura de Mossoró informou que não recebeu nenhuma denúncia formal sobre o caso. E, que aguarda a vereadora fazer as devidas apresentações de provas sobre a questão. Mas disse na nota que vai apurar com total rigor e transparência o caso.
“[A prefeitura] disse que não tinha recebido nenhuma denúncia formal sobre esse assunto. E realmente eu não fiz denúncia formal à prefeitura porque eu vou fazer a denúncia formal ao Ministério Público. ´Não divulguei nenhum áudio, não divulguei nenhum comprovante… Eu fiz uma fala na tribuna da Câmara Municipal enquanto vereadora é a minha responsabilidade, não poderia ficar calada diante de um ato de tamanha gravidade”, finalizou a parlamentar.