Apenas uma refeição ao dia, essa é a realidade de mais de 70 venezuelanos indígenas da etnia Warao refugiadas em Mossoró. Há pouco mais de uma semana, um bebê de 11 meses morreu por complicações ocasionadas por desnutrição. Eles vivem em um abrigo improvisado sem condições mínimas de sobrevivência.
No local, não tem geladeira ou fogão. Há lugares improvisados para fazer a comida, armazená-la, nem pensar. A antropóloga Eliane Anselmo, acompanha a situação vivenciada pelos refugiados. “Eles vivem apenas com o Bolsa Família, mas o valor não é suficiente. Eles têm a prática da coleta, na nossa cultura é mendicância”, ressaltou.
Ainda de acordo com ela, os indígenas possuem uma dieta diferenciada, “eles não comem alguns itens da cesta básica, como por exemplo carne vermelha, faz parte da cultura deles”.
A fundadora do “Lar da Criança Pobre”, irmã Hellen, conta que ofereceu provisoriamente o espaço para apenas uma família, em seguida outras foram surgindo. “Levamos uma família para nossa antiga escola, onde tem água e luz, estava tudo ok. Durante a semana, duas ou três vezes algumas pessoas vão fazer a limpeza”, conta.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte e a Defensoria Pública já entraram com ação contra o município de Mossoró, para que seja providenciado um abrigo adequado para os refugiados e que seja prestada também a atenção social necessária ao grupo.
“O Ministério Público e a Defensoria Pública já visitaram o abrigo e tiveram ciência das condições precárias de vida do grupo na cidade. São duas ações em curso na Justiça Federal contra o município de Mossoró, para prestar assistência aos Warao”, diz a professora.
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