Em uma breve caminhada pelo campus central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), não é preciso ir muito longe para encontrar algum animalzinho solto, seja cachorro ou gato. Essa situação não é de hoje e também tem suas reproduções em algumas universidades Brasil afora.
No entanto, na Uern estão sendo discutidas políticas de convivência com os bichinhos, através de uma comissão de institucionalização. Uma das iniciativas do projeto foi a catalogação dos animais das dependências do campo central em Mossoró, além da castração de mais de 200 cães e gatos na UERN, através do projeto Castração, realizado junto da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (Funcitern). Apesar dos avanços, os trabalhos da comissão de política de convivência com os animais continuam em seu processo, com alguns desafios à vista.
“É um grande desafio discutir essa temática. Nós muitas vezes acabamos absolvendo situações que deveriam ser tratadas em outro âmbito, mas como a nossa convivência com os animais, ela já não é de hoje, então nós que somos egressos da universidade, nós já convivemos com esses animais já há muito tempo, então nós entendemos que também é uma responsabilidade nossa”, explica a presidente da comissão de políticas de convivência com animais, Jéssica Figueiredo.
O que está sendo desenvolvido dentro da comissão é uma política voltada para o manejo ético, preocupado tanto com as pessoas quanto com os animais e baseada em metodologias como a captura desses animais, castração e devolução ao seu espaço. Além do cadastro desses animais, há também a preocupação com a alimentação deles.
A situação dos animais na Uern é tratada com certa cautela por diversos fatores. Um deles é justamente a questão do muro que agora está sendo instalado em alguns pontos da universidade e ainda será um trabalho em curso. No entanto, a Comissão da Responsabilidade sobre essa Política Institucional para os Animais está otimista, com base em algumas iniciativas, como por exemplo a dos comedouros que estão espalhados pelo campus central em Mossoró.
Ainda que a missão seja árdua, o trabalho da Comissão encerra-se já neste mês de março com a expectativa da formalização de uma política permanente para a manutenção e o cuidado dos animais na Uern.
“E nós também estamos fazendo um trabalho com as ouvidorias para que elas estejam preparadas para receber possíveis denúncias de abandono nos nossos campi. Então nós também não iremos compactuar, digamos assim, com o crime de abandono e maus tratos de animais dentro dos campi da universidade. Então a nossa ouvidoria também já está preparada para possíveis denúncias. Então nós dizemos à nossa comunidade que caso vocês presenciem algo desse tipo, vocês podem procurar a ouvidoria da Uern, que ela está já preparada para dar encaminhamento a essas denúncias”, conclui Jéssica Figueiredo.