Peça fundamental do processo eleitoral brasileiro, a urna eletrônica passou a ser utilizada em 1996. Ao longo de 26 anos, o aparelho passou por diversos aprimoramentos, tanto em seus componentes de software, quanto na modernização do equipamento e nos seus sistemas de segurança. Mas você sabem como de fato funcionam as urnas?
As urnas começam a ser preparadas com antecedência, cerca de 15 dias antes da data do primeiro turno a Justiça Eleitoral dá inicio ao processo, introduzindo as informações oficiais dos candidatos aptos para serem votados nas máquinas.
“Tudo é feito com antecedência, nós publicamos edital no Diário Oficial divulgando o local, o dia e hora em que introduziremos essas informações oficiais nas urnas. Esse procedimento já foi feito nos de 20, 21 e 22 setembro com êxito. As urnas já se encontram lacradas, com as informações oficiais dos candidatos que são aptos a receber os votos e a dos eleitores que estão aptos a darem esses votos, em cada uma dessas urnas”, explica Luiz Sérgio, chefe de Cartório da 33° zona eleitoral em Mossoró/RN.
A urna é um equipamento isolado e só possui o cabo de energia simples compatível com qualquer tomada e o cabo de comunicação com o terminal do mesário. Não há nenhuma conexão de rede como Wifi ou Bluetooth, e os dados de cada urna são salvos de maneira criptografada, em um cartão de memória com assinatura digital. Ao final da votação, os cartões são retirados das urnas e levados até a sede da Junta Eleitoral.
COMO AS INFORMAÇÕES CHEGAM ATÉ A JUSTIÇA ELEITORAL
Ao chegarem na Junta, os cartões são conectados no sistema do TRE, lidos e em seguida as informações da votação são transmitidas diretamente para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília, por meio de uma rede de comunicação exclusiva da Receita Eleitoral. Antes desse processo, cada máquina emite um Boletim de Urna, como explica Luiz Sérgio:
“Antes do envio desses dados, a própria urna já emite o Boletim de Urna, com os dados dos votos contidos na memória dela. Já é uma medida transparência da urna, antes serem enviados pra Brasília, até pra que se permita uma conferência posterior”.
Apesar de todas as informações repassadas pela Justiça Eleitoral em relação às urnas, ainda há quem suspeite da segurança do sistema. Em relação a isso, o chefe de cartório explica que as urnas têm várias camadas de segurança, e que todos os anos o sistema passa por testes para se aperfeiçoar.
“A urna detém várias camadas de segurança que até hoje não se mostraram possíveis de transposição. É bom lembrar que o TSE a cada ano de eleição, cerca de quatro, cinco meses antes da eleição, convida hackers para tentar invadir o sistema, e até hoje nenhum deles conseguiu ultrapassar as barreiras que a urna detém. Então a urna ela é segura […] ao longo dos seus 26 anos de existência, não há qualquer razão para que se questione, para que se duvide da autenticidade dos resultados divulgados através dela”, afirma Luiz Sérgio.