Olá, mães, mamães, “mãezinhas”. Escrevo essa carta para dizer que eu entendo como vocês se sentem no papel que exercem e, desde já, lamento toda forma de julgamento praticado por outras pessoas. Esse texto é para vocês, que, assim como eu, passam pelos “perrengues” diários que envolvem a responsabilização e os desafios da maternidade.
Muitas vezes vocês se sentem sozinhas, mesmo não estando literalmente sozinhas? Eu as entendo.
Possuem pensamentos que geram sentimento de culpa? Eu as entendo.
Acham que nunca estão se esforçando o suficiente? Eu as entendo.
Sentem o julgamento alheio e acabam acreditando que vocês não são boas mães? Eu as entendo.
Sentem-se negligentes por precisar trabalhar e deixar sua(s) criança(s) aos cuidados de outra pessoa? Eu as entendo.
Às vezes, acham que estão fazendo tudo errado e que educar um ser é uma carga muito pesada? Eu as entendo.
Apesar de “correrem” tanto, mesmo estando cansadas para dar conta da casa, da(s) criança(s), do trabalho, das questões que envolvem o âmbito familiar, do relacionamento amoroso, ainda acham que podiam fazer um pouco mais caso o dia tivesse 26 horas? Eu as entendo.
Sentem-se julgadas e culpadas por dedicarem-se à carreira profissional? Eu as entendo.
Sim, mãe, eu a entendo e me solidarizo com você em todas suas dúvidas, suas dores, suas angústias, seus medos, suas inquietações.
À sociedade, um recado: como é fácil apontar os defeitos do outro, não é? Principalmente, quando você não sente na pele a realidade vivenciada por outra pessoa. Falta empatia, respeito, um olhar mais solidário, por vezes. Não julgue aquilo que você não vivencia ou conhece, pois cada um sabe de sua dor.
As mães sofrem e choram suas dores em silêncio, machucadas no âmago de seu ser e, esse dedo que julga, essa língua afiada que corta, que corroi e que deturpa o verdadeiro sentido da maternagem, faz com que tal condição, passe a ser um tipo de calvário, o que não deveria ser.
Cada mãe, em sua individualidade e em sua realidade encontra a melhor forma de se vincular, de cuidar, de educar e de acolher um filho. O que elas precisam é de compreensão, de apoio, de orientação e não de julgamento.
Então, em nome de todas elas, por favor, sociedade, pare de provocar e/ou estimular o adoecimento mental dessas mulheres. A maternidade e todos os seus desafios são extenuantes por demais e, por si só, já bastam.
P.S.: O texto se refere a todas as mães, no sentido mais amplo da maternagem, ou seja, àquela pessoa que estabelece vínculo afetivo no cuidado e no acolhimento a um filho. Portanto, avós, tias, madrinhas, ou qualquer outra mulher que se veja nesse contexto também se sintam contempladas com essa carta.
Leilane Andrade
Psicóloga e Jornalista
CRP 17/6253
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@leilaneandpsicologa