Depois de meses de portas fechadas, o Mercado da Redinha voltou a respirar, mesmo que de forma temporária. A reabertura, ainda que provisória, reacendeu o fluxo de comerciantes, moradores e turistas no tradicional ponto da Zona Norte de Natal, devolvendo ao bairro um espaço que sempre fomentou o comércio reunindo cultura e identidade.
O retorno das atividades foi anunciado pela Prefeitura de Natal no dia 3 de dezembro, em parceria com o Sesc e o Senac. Desde então, o mercado passou a funcionar diariamente, das 7h às 19h, durante a alta temporada do turismo. A medida é temporária. Um edital lançado em março de 2025 previa estudos para concessão do espaço, mas o processo foi interrompido após uma ação do Ministério Público que levou a Justiça Federal a determinar a realização de consulta pública, ainda sem prazo para conclusão.
Enquanto o futuro definitivo segue indefinido, no presente, comerciantes relatam aumento no número de visitantes e expectativa de melhora nas vendas com a chegada do verão e do fim de ano. A reabertura trouxe de volta serviços de alimentação, apresentações culturais e o clima que sempre marcou o mercado. Para muitos, o reencontro com o espaço tem sabor de alívio. “A gente esperava isso há muito tempo”, resume a permissionária Josicarla Bezerra.
Entre os frequentadores, o sentimento é parecido. Há quem volte pela primeira vez desde o fechamento e se surpreenda com o novo momento. O mercado reaparece como cartão-postal vivo da Zona Norte, atraindo turistas curiosos e moradores orgulhosos. A experiência quase sempre termina do mesmo jeito: com a clássica ginga com tapioca, prato símbolo da Redinha, preparado por quem carrega a tradição de geração em geração.
O artesanato também reivindica seu lugar. Para comerciantes do setor, mercado sem artesanato perde parte da alma. Quem chega para comer quer sair levando uma lembrança, um pedaço de Natal na bolsa. “Redinha sem artesanato não existe”, reforça a artesã Osani Florêncio, que vê na reabertura uma chance de matar a saudade do antigo mercado e manter viva a relação afetiva com o espaço.
Durante a temporada, o antigo Mercado Público abriga o Complexo Turístico da Redinha, com ações do Sistema Fecomércio RN. O Sesc promove atividades gratuitas nas áreas de educação, cultura, saúde e lazer, sempre às sextas e sábados. A programação inclui oceanário móvel, apresentações artísticas, a BiblioSesc, sessões de massoterapia e caminhadas históricas pela região.
Antes mesmo da reabertura, o Senac atuou na capacitação de mais de 30 permissionários, com cursos voltados à segurança alimentar, elaboração de pratos, gestão de vendas e atendimento ao cliente. A meta é qualificar os serviços e fortalecer os negócios locais.
Entre esperança e cautela, o Mercado da Redinha volta a cumprir seu papel histórico. Ainda que de forma provisória, o espaço reassume o lugar de ponto de encontro, sabor e tradição. Para quem vive e frequenta a Redinha, fica o desejo de que essa volta não seja apenas mais um capítulo passageiro, mas o começo de um retorno definitivo.
A reabertura do Complexo Turístico da Redinha terá a marca do Sistema Fecomércio RN. De 26 de dezembro de 2025 a 21 de fevereiro de 2026, Sesc RN e Senac RN passam a integrar a programação do espaço, que funcionará no antigo Mercado Público da Redinha, com foco em atividades abertas ao público e qualificação dos serviços locais.
O Sesc RN assume a agenda cultural e social às sextas e sábados, a partir do dia 26. A proposta é transformar o complexo em um ponto vivo de encontro, aprendizado e lazer. Estão previstas ações educativas e culturais, como o Oceanário móvel, que apresenta experiências sobre a biodiversidade marinha, além de apresentações de música e dança com artistas da cena local.
A literatura também entra em cena com a BiblioSesc, levando livros, poesia e contação de histórias para públicos de todas as idades. Na área de bem-estar, o Sesc disponibiliza sessões de massoterapia por meio da unidade móvel Sesc Saúde e promove caminhadas históricas guiadas, valorizando a memória e o patrimônio da Redinha.
Antes mesmo da abertura ao público, o Senac RN atuou nos bastidores. A instituição capacitou mais de 30 permissionários que irão atuar no complexo, com cursos voltados à segurança alimentar, elaboração de pratos, gestão de vendas e atendimento ao cliente. A iniciativa busca fortalecer os negócios locais e elevar o padrão dos serviços oferecidos a moradores e turistas.
A presença conjunta de Sesc e Senac reforça a proposta do Complexo Turístico da Redinha como um espaço que vai além do comércio e da gastronomia, apostando na cultura, no cuidado com as pessoas e na qualificação como motores do desenvolvimento turístico da região.
















































