O Ponto de Cultura Escarcéu será palco de um espetáculo sobre a resistência das mulheres negras na próxima sexta-feira (14) em Mossoró. A dramaturgia autoral de Lenilda Santos e direção de Tony Silva terá início às 19h30. A entrada é gratuita.
A apresentação convida o público a mergulhar nas dores, memórias e resistências de mulheres negras em busca de si mesmas. Aparecida — que também é o nome do espetáculo — percorre as ruas e as lembranças, reconstruindo sua identidade e enfrentando as marcas deixadas pelo patriarcado. Trata-se de um encontro entre ancestralidade, arte e força feminina.
Na programação, haverá ainda a exibição do documentário “Ancestrais”, de Esdras Marchezan e Izáira Thalíta, além da leitura de “Louças de Família”, de Eliane Marques, e “Performances do Tempo Espiralar, poéticas só Corpo-Tela”, de Leda Maria Martins. Edja Azevedo alegrará a noite com música ao vivo.
Sinopse
A protagonista, Aparecida, vive em constante exercício de reinvenção, buscando romper com um sistema opressor e traz à tona uma jornada de histórias que entrelaçam memórias culturais e emocionais obscurecidas pelo patriarcado.
A proposta visa envolver o público em um processo de experimentação sensorial, abordando aspectos cotidianos da população feminina negra em situação de rua.
A mulher negra de 50 anos vaga pelas ruas, emocionalmente abalada e sem memória de sua própria história. Em uma busca desesperada por reconstruir sua identidade, ela sofre com insultos, reflete sobre os espaços roubados das mulheres negras e revive sua ancestralidade, como se estivesse escravizada.
Em sua trajetória, Aparecida dança para Oyá, invocando forças espirituais e celebrando sua transformação. Decidida a enfrentar seus medos e a submissão, ela resolve não mais permitir ser violada, seja no trabalho ou em casa.
Outra personagem, também chamada Aparecida, é uma jornalista que estuda a situação do povo negro no Brasil. Ela intervém, conectando as cenas e trazendo à tona as realidades de mulheres negras como a de Aparecida em situação de rua, que, embora vivam em mundos distintos, sofrem os mesmos preconceitos e discriminações reforçados pelo patriarcado.
No final, as duas Aparecidas se encontram em um momento emocionante de conexão, unindo suas histórias em um poderoso retrato da luta das mulheres negras por autoconhecimento, resistência e libertação — evidenciando que o preconceito vai além de uma questão étnico-racial, abrangendo também as complexidades sociais e de gênero.3






























































