O mapa da seca no Rio Grande do Norte escureceu em novembro, e o Oeste Potiguar sente o peso dessa mudança. Dados do Monitor de Secas, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e divulgados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S.A. (Emparn), mostram o agravamento da estiagem em grande parte do estado, com destaque para a expansão da seca grave no Oeste e Norte potiguar e o avanço da seca extrema no Centro-Sul.
Em Mossoró, principal cidade da região Oeste, a classificação passou a ser de seca moderada, um sinal de atenção para o abastecimento, a produção agrícola e a vida nas comunidades rurais. Ao redor do município, o cenário é ainda mais preocupante: Caraúbas, Apodi, Felipe Guerra, Upanema, Governador Dix-Sept Rosado, Baraúna e Serra do Mel aparecem em níveis que variam entre seca grave e moderada, formando um corredor de estiagem persistente no interior.
No total, 88,02% dos municípios potiguares apresentaram algum grau de seca em novembro. A categoria mais comum foi a seca grave, atingindo quase um terço das cidades. Já a seca extrema alcançou 15,57% do território estadual, com reflexos mais severos no Seridó, mas com impactos indiretos que se espalham pelo Oeste, sobretudo na pecuária e nas lavouras de sequeiro.
Apenas 11,98% dos municípios ficaram fora da classificação de seca, concentrados principalmente no litoral e na Região Metropolitana de Natal. No interior, o cenário é de vigilância constante. No Oeste Potiguar, onde a economia depende fortemente da agropecuária e do uso intensivo dos recursos hídricos, o avanço da estiagem reforça a necessidade de medidas emergenciais e planejamento para enfrentar os próximos meses, historicamente mais secos.
O Monitor de Secas é atualizado mensalmente e serve como referência para ações de gestão hídrica, políticas públicas e decisões no campo. Para Mossoró e cidades vizinhas, os dados confirmam o que já é sentido no chão rachado, nos reservatórios baixos e na apreensão de quem depende da chuva para sobreviver.
